Rio de Janeiro

PANDEMIA

Prefeitura do Rio recorre a centros veterinários para evitar falta de "kit intubação"

Baixa no estoque de insumos para tratar casos graves de covid-19 atinge diversas cidades brasileiras

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
No Rio, Defensoria Pública entrou com ação civil pública contra governo estadual cobrando pronto abastecimento - Michel Dantas/ AFP

O secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, disse nesta sexta-feira (16) que o estoque de insumos conhecidos como "kit intubação" só dura mais três dias. Por isso, ele admitiu que a Prefeitura está recorrendo aos sedativos de unidades do Centro Veterinário de Controle de Zoonoses.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os sedativos usados em cirurgias animais são os mesmos para humanos, havendo apenas alteração da dosagem. Com isso, a SMS suspendeu cirurgias eletivas até mesmo nos centros veterinários com o objetivo de concentrar o atendimento a pacientes com covid-19.

"Não faz sentido continuarmos consumindo itens essenciais para intubação, para saúde humana, nas unidades veterinárias. Estamos usando todo esse material que é relativo a sedativos e a bloqueadores neuromusculares em unidades com alto atendimento de pessoas com covid ou outras doenças em que é necessária a intubação", disse Soranz.

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Os "kits intubação" são utilizados em pessoas diagnosticadas com covid e que estão em estado grave. O medicamento tem a função de preservar a respiração do paciente e evitar que ele reaja mal à intubação.

Crise nacional

A falta do kit é uma realidade em todo o território nacional, tanto na rede pública quanto em diversos hospitais da rede privada que estão recebendo pacientes infectados pelo novo coronavírus. Na última quinta-feira (15), o governo federal admitiu que tem tido dificuldade para fazer a compra e distribuição dos insumos para estados e municípios.

Também ontem, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro entrou com uma ação civil pública (ACP) contra o governo estadual e cobrou, publicamente, o pronto abastecimento das medicações indispensáveis para o tratamento dos pacientes com a forma mais grave da covid-19. 

Edição: Eduardo Miranda