O delegado Alexandre Saraiva, superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, que apresentou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e foi retirado de seu cargo nesta quinta-feira (15) aparece como "alvo a ser abatido" em troca de mensagens entre madeireiros que são investigados pela polícia. As informações são da Folha de S.Paulo
A troca de mensagens mostrava como eles já queriam a saída do delegado do cargo há tempos. No dia 2 de setembro de 2019, o investigado Roberto Paulino mandou uma foto de Saraiva a um interlocutor chamado Guga, com a frase "alvo a ser abatido". Em outra conversa, Paulino fala sobre seu descontentamento com o delegado e a vontade de tirá-lo do cargo, em troca de mensagens com o madeireiro e tabém investigado Humberto Jacob de Barros Oliveira.
::Chefe da PF no Amazonas encaminha ao STF e ao MPF notícia-crime contra Ricardo Salles::
Durante a conversa, eles falam sobre uma pessoa de nome Júlio, que seria designada para tratar do assunto. "Tem que pedir para o Júlio tirar esse cara daqui. Urgente", disse Paulino. Então, Humberto responde que ele "vai quebrar todos". Os diálogos fazem parte do inquérito da operação Arquimedes, que apreendeu 444 contêineres de madeira ilegal.
Oposição pede investigação sobre mudança na PF
Na última quinta-feira (15), pós a notícia sobre a troca de superintendente circular em Brasília, oito líderes de partidos de oposição na Câmara dos Deputados enviaram uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo para que a retirada de Saraiva seja investigada.
A ideia é apurar se a troca de comando se deu com o intuito de blindar o ministro do Meio Ambiente de investigações.
O pedido, que foi assinado por Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Alessandro Molon (PSB-RJ), Bohn Gass (PT-RS), Danilo Cabral (PSB-PE), Wolney Queiroz (PDT-PE), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Renildo Calheiros (PCdoB-PE) e Joenia Wapichana (Rede-RR), é para que, se forem verificadas irregularidades, a nomeação do novo superintendente da PF no Amazonas seja anulada.
Edição: Vinícius Segalla