No laudo da reconstituição da morte do menino Henry Borel peritos afirmam que as 23 lesões encontradas na criança, como laceração do fígado, danos nos rins e hemorragia na cabeça “são condizentes com aquelas produzidas mediante ação violenta – homicídio”.
A reprodução simulada do dia da morte do menino foi feita no dia 1º de abril. Nela, policiais civis e peritos testaram todas as possibilidades de queda no quarto, como sustentaram o vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho (sem partido) e Monique Medeiros, mãe de Henry, em depoimento à polícia. De acordo com os especialistas a versão do casal não condiz com a verdade.
“Não há a menor hipótese dele ter caído da cama, da poltrona que estava ao lado, da estante que tem 1,20m. Fizeram todas as medições e constataram que em nenhuma dessas circunstâncias ele teria as lesões que apresentou na necropsia”, afirmou Denise Gonçalves Rivera, perita criminal da Polícia Civil do RJ, em entrevista ao Fantástico.
Rivera disse ainda que a morte da criança não foi instantânea e que a análise das imagens da câmera de segurança do elevador comprova que Henry já saiu morto do apartamento. " A morte pode ter ocorrido desde 1h30 da manhã até às 3h30 da manhã", destacou.
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Revelação
A prova mais contundente até agora, segundo a polícia, foi encontrada durante a perícia no telefone de Monique. O print de uma conversa entre ela e a babá, Thayná de Oliveira Ferreira, do dia 12 de fevereiro, revela, de acordo com os investigadores, a rotina de sofrimento de Henry, que tinha quatro anos.
O Fantástico descobriu que no dia seguinte à conversa entre Monique e a babá, Henry foi levado para a pediatria do mesmo hospital onde chegaria morto na madrugada do dia oito de março. Nos depoimentos, elas não citaram esse episódio, que pode ser uma prova definitiva dos maus-tratos sofridos pela criança.
Prisão
Jairo Souza Santos Júnior e sua esposa Monique Medeiros da Costa e Silva foram presos acusados pela morte de Henry Borel Medeiros, na quinta-feira (8). A criança era filha de Monique e enteada do vereador.
O casal foi alvo de mandados de prisão temporária por 30 dias. A polícia monitorava a casa onde estavam desde a última segunda-feira (5). As investigações da Polícia Civil apontaram que o vereador agredia o menino, com chutes e pancadas na cabeça, e que a mãe sabia e se omitiu.
Edição: Jaqueline Deister