"Nos tornamos uma câmara de gás a céu aberto", diz um manifesto assinado por religiosos, artistas e intelectuais em referência ao papel do presidente de Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia de coronavírus.
"Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas", diz o texto que tem como signatários o padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, o télogo Leonardo Boff, dom Mauro Morelli, bispo emérito de Duque de Caxias (RJ) além de artistas como Chico Buarque e Zélia Duncan.
O manifesto foi divulgado na noite de sábado (7) e afirma que a população está refém "do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista".
O texto foi divulgado no momento em que o país encerra a semana mais letal desde o início da pandemia de coronavírus. O país ultrapassou a triste marca de 260 mil mortes por coronavírus registrada desde o início da pandemia e registrou récordes de mortes registradas em 24h ao longo da semana.
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A "carta aberta à humanidade" classifica como "intencional" o colpaso do sistema de saúde no país.
"O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco toda a humanidade", diz o texto.
Confira na íntegra o texto da carta:
Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.”
Hanna Arendt
O Brasil grita por socorro.
Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.
Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio-ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.
O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.
Nos tornamos uma “câmara de gás” a céu aberto.
O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.
Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.
Vida acima de tudo!
Edição: Leandro Melito