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Mulheres: Todo dia uma luta, todo dia uma esperança

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Essas não são lutas apenas de março, mas, as ações em torno deste mês, do dia 8, Dia Internacional da Mulher, devem servir como um grito que ecoe todos os meses, todos os dias, todas as horas - Fotos Públicas
Precisamos construir o feminismo emancipacionista e popular

O mês março é o mês de mais reflexões sobre as desigualdades de gêneros, o mês de denunciar a sub-representação nos espaços de poder, de denunciar todas as formas de violência que sofrem as mulheres, de ampliar a luta pelos seus direitos.

Pandemia acentuou a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, de não ser submetida a tripla jornada de trabalho; direto de não ser penalizada pela principal função da humanidade, a maternidade; direito a não sofrer violência política, doméstica, no trabalho, na sociedade. A não sofrer a violência de gênero, a viver num mundo em que a palavra feminicídio seja apenas a lembrança de um triste passado.

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Essas não são lutas apenas de março, mas, as ações em torno deste mês, do dia 8, Dia Internacional da Mulher, devem servir como um grito que ecoe todos os meses, todos os dias, todas as horas. Um grito por justiça, por igualdade, por generosidade, por solidariedade, por afeto e acolhimento, … Pois, um grito de construção da alegria e da felicidade.

Precisamos ampliar e fortalecer a luta feminista, envolvendo mulheres, mas homens também, porque a luta contra a opressão de gênero não é e nem deve ser tratada como uma luta só das mulheres.

Nosso grande desafio é exatamente como popularizar os movimentos feministas, envolver as amplas parcelas da sociedade, que sofrem no seu dia a dia a consequência de um sistema baseado na exploração e na opressão, que são de classes, mas também de gênero e de raça.

Precisamos construir o feminismo emancipacionista e popular.

O desafio se torna ainda maior nesse momento de avanço das forças conservadoras, antidemocráticas e fascistas, de avanço da forma mais tóxica do machismo, do patriarcalismo.

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Forças que se instalaram no centro do poder político do nosso país, e que têm, na figura de Bolsonaro, o seu principal líder. Forças que agem sem o menor pudor, que atentam contra a vida e em favor do vírus; que atentam contra nossa economia em favor de interesses estrangeiros; que atentam contra os trabalhadoras e trabalhadores em favor do grande capital; que atentam contra o povo pobre em favor dos ricos e poderosos.

Forças políticas que procuram naturalizar, não só através dos discursos, das falas, mas através de ações públicas objetivas e concretas, a situação de submissão, que há séculos se impõe às mulheres. Forças que não apenas pretendem, mas que efetivamente estão impondo retrocessos as conquistas populares, sobretudo das mulheres.

Hoje o Brasil está nas mãos de um presidente misógino, machista e genocida. De um ministro da Educação e uma ministra da das mulheres que dizem que “mulheres devem obediência aos homens” - num objetivo claro de reforçar a concepção de que as mulheres estão ligadas às tarefas de “cuidados” e os homens ao poder e à tomada de decisões -, perpetuando assim a divisão sexual do trabalho imposta pela sociedade capitalista.

É contra isso que precisamos nos rebelar. Mobilizar todas e todos na luta pelos direitos das mulheres, e na luta principalmente para que elas ocupem os espaços de poder e de decisão.

Mulheres tem que estar ao lado dos homens decidindo sobre o presente e o futuro de toda a sociedade, da humanidade. Só assim construiremos uma sociedade justa, livre de opressão, de discriminação, de violência e de exploração.

 Todo dia é uma luta, todo dia uma esperança!

 

*Vanessa Grazziotin é farmacêutica, membro do Comitê Central do PCdoB, ex-senadora pelo Amazonas (2011-2019) e ex-deputada federal pelo mesmo estado (1999-2011).

**Este é um texto de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Rebeca Cavalcante