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Governadores e prefeitos perceberam que a conta chegou

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A face que traz mais de mil mortes por dia novamente, que traz a super lotação dos hospitais públicos e privados e que cobra a conta da irresponsabilidade de um país sob a pressão de Bolsonaro - José Dias / Fotos Públicas
Este cenário fez com que o Brasil se transformasse em terreno fértil para novas variantes da covid

Enquanto o mundo inteiro acelera a vacinação, fecha cidades e reabre serviços de saúde para atendimento, o Brasil de Bolsonaro faz o contrário. Abriu cidades, fechou serviços hospitalares de atendimento e cria bloqueios para vacinação em nosso país. 

Essa semana conto a partir da realidade do que vi na cidade de Araraquara, que em todo ano de 2020 foi um modelo no estado de São Paulo e no Brasil do enfrentamento à covid-19. Araraquara sofre hoje impactos diretos da política genocida do bolsonarismo, que estimulou, ainda mais, desde dezembro de 2020 e janeiro deste ano, o país inteiro, em especial, fez a disputa política com as cidades que vinham tendo bons resultados como Araraquara, para que as pessoas retomassem as atividades, aglomerações, se aglomerassem em festas, encontrando familiares, em cultos e deixassem de usar máscara. 

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Este cenário fez com que o Brasil se transformasse em terreno fértil para novas variantes da covid-19. E essas novas variantes mostram, não só em Araraquara, mas em todo o Brasil, a nova face do momento mais critico da pandemia que estamos vivendo.

A face que traz mais de mil mortes por dia novamente, que traz a super lotação dos hospitais públicos e privados e que cobra a conta da irresponsabilidade de um país sob a pressão de Bolsonaro, que criou obstáculos para vacinação, fechou serviços hospitalares e reabriu as cidades.

Os números de leitos hospitalares são impressionantes. O Brasil chegou a abrir mais de 12 mil leitos hospitalares para covid-19 em um grande esforço realizado pelo Sistema Único de Saúde. A partir de recursos aprovados pelo Congresso Nacional, que Bolsonaro era contra a ampliação desses recursos. Segundo discurso de Paulo Guedes, com apenas 4 bilhões de reais era possível aniquilar a covid-19.

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O Brasil precisou de mais 40 bilhões de reais adicionais ao Ministério da Saúde e mesmo assim pela irresponsabilidade de Bolsonaro e pelas características do vírus da doença, não aniquilou a covid-19. 

Pois bem, ao longo de 2020, mais de 12 mil leitos foram abertos com esses recursos. Janeiro de 2021 apenas três mil leitos estavam abertos ou continuaram a receber os recursos do governo federal. Por que isso? Porque o governo federal cortou os recursos depois de dezembro de 2020.

Essa irresponsabilidade começa a cobrar a conta. Araraquara só não entrou em colapso total dos seus serviços porque a prefeitura manteve os leitos abertos, embora não receba um real adicional do governo federal para isso, e pela postura responsável, anunciou um lockdown que depois passou a ser seguido por várias capitais e estados do Brasil.

De norte a sul do país, governadores e prefeitos perceberam que a conta chegou e se não tomarmos medidas fortes e efetivas, teremos um mês de março aterrorizador. 

Defendo a criação imediata de uma comissão nacional de crise, que componha o Congresso Nacional, todas as esferas do judiciário, governadores e representantes dos prefeitos, convoque o governo federal, para estarmos juntos para que o Brasil possa ter atitudes enérgicas, pedido apoio inclusive a Organização Mundial da Saúde, para não termo a reedição, em grau ainda maior, dessa tragédia humana que se estiva no nosso país.

 

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Rebeca Cavalcante