O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, anunciou nessa quarta-feira (24) que o país declarou a embaixadora da União Europeia, Isabel Brilhante Pedrosa, como persona non grata. Segundo Arreaza, a representante da Europa tem 72 horas para deixar o território venezuelano.
"Que a Europa deixe de ser um apêndice da elite dominante dos Estados Unidos, que tome suas próprias decisões com respeito ao Direito Internacional. Que eles aprendam a respeitar países soberanos, livres e independentes como é a Venezuela", disse o chanceler.
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A decisão da Venezuela acontece após o bloco europeu anunciar no início desta semana sanções contra 19 funcionários do governo venezuelano, uma ação em resposta às eleições legislativas de dezembro, pleito que a UE não reconhece.
Na sede da chancelaria, o chefe da diplomacia disse que essa interferência é uma "arrogância e prepotência". "Na Carta das Nações Unidas, onde estão as sanções?", questionou o ministro.
Diante do anúncio, Arreaza destacou que a União Europeia não respeita o Direito Internacional e os Direitos Humanos, frisando que a única medida coercitiva permitida na Carta das Nações Unidas é acordada pelo Conselho de Segurança da entidade.
"Eles pensam que são o centro do mundo e não são nada mais do que a velha Europa, onde os piores conflitos e guerras aconteceram, de onde vieram aqueles que cometeram os piores genocídios na África e aqui na América Latina."
Esta é a segunda vez que a Venezuela expulsa do país a representante do bloco por causa das sanções aplicadas pela UE. Em junho de 2020, no entanto, Caracas reverteu a decisão após a necessidade de manutenção das relações diplomáticas.
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Nota de Protesto
Ainda nesta quarta, o ministro entregou uma nota de protesto aos representantes da França, Alemanha, Espanha e da Holanda, após a participação desses países em novos ataques contra a Venezuela.
De acordo com Arreaza, essas nações "agiram com más intenções para promover novos ataques".
"Espero que valha a pena a conversa que mantivemos com estes diplomatas europeus e que transmitam aos seus ministérios e governos das Relações Exteriores a reflexão para a qual os convidamos", disse.
*Com Agência Venezuelana de Notícias.