O ex-presidente da Argentina Carlos Menem morreu neste domingo (14), aos 90 anos, em uma clínica na cidade de Buenos Aires, onde estava internado devido a uma infecção urinária. A informação foi divulgada pela Agência de Notícias Télam e teria sido confirmada pela ex-mulher Zulema Menem.
De acordo com a agência de notícias argentina, Menem vinha passando por complicações de saúde: primeiro foi internado no Instituto de Diagnóstico e Tratamento por causa de uma pneumonia bilateral e há poucas semanas teve de ser internado por causa de uma infecção urinária.
Atual senador da província de La Rioja, Menem foi presidente da Argentina de 1989 a 1999. Antes disso, ele também foi governador de La Rioja logo antes do golpe militar que levou o país a uma ditadura, de 1976 a 1983.
Na presidência
Durante dois mandatos como presidente, Menem mudou radicalmente a política econômica do país, foi responsável pela abertura comercial argentina e também pela privatização da maioria das empresas públicas do país.
Menem promoveu a reforma da Constituição em 1994, que introduziu a reeleição presidencial imediata. Assim, tornou-se o homem a ocupar por mais tempo a presidência ininterruptamente.
Além das privatizações, Menem ficou conhecido por estabelecer uma taxa de câmbio com paridade de 1 para 1 entre o peso argentino e o dólar. O esquema "explodiu" em 2001, culminado com a pior crise econômica da história do país.
Outra crítica frequente a ele foi ter perdoado os responsáveis pela última ditadura argentina (1976-1983) que haviam sido processados por violações de direitos humanos. Por outro lado, membros de organizações guerrilheiras que lutavam pela volta da democracia também foram anistiados.
Menem foi várias vezes aos tribunais, sob diferentes acusações. Em 2001, recebeu um mandado de prisão domiciliar preventiva por contrabando internacional de armas. A Suprema Corte de Justiça liberou o ex-presidente semanas depois, e o crime prescreveu recentemente.
Em 2019, Menem foi condenado a três anos e nove meses de prisão por fraude imobiliária. Segundo a Suprema Corte, enquanto era presidente, ele desviou recursos públicos na venda de um imóvel. Para ser preso, no entanto, ele deveria ser condenado pelo Senado, o que não ocorreu.
Menem teve três filhos em dois casamentos, o primeiro com Zulema Yoma e o segundo com a ex-miss Universo Cecilia Bolocco.
O corpo do ex-presidente será velado no Salão Azul do Senado Argentino, em Buenos Aires, na segunda-feira (15).
Edição: Marina Duarte de Souza