Greve

Trabalhadores do Banco do Brasil paralisam atividades por 24 horas; veja como foi

Protesto contra reestruturação do banco, que levou a demissões e redução de salários, ocorre em vários estados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Mais de 5,4 mil trabalhadores já aderiram ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) do Banco do Brasil - Marcelo Camargo / Agência Brasil

Trabalhadores do Banco do Brasil paralisaram as atividades durante as 24 horas desta quarta-feira (10) em vários estados contra a reestruturação do banco, que tem provocado demissões e redução de salários. 

O Banco do Brasil, assim como os Correios e o sistema Eletrobrás, é uma das instituições que está na lista de privatizações do governo Jair Bolsonaro (sem partido).

A partir do dia 22, devem ser encerradas 361 unidades, sendo 112 agências. Outras 243 agências devem ser rebaixadas à categoria de postos de atendimento.

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João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), conta que 5.388 trabalhadores já aderiram ao Plano de Demissão Voluntária (PDV).

"A gente iniciou as atividades logo de manhã conversando com os bancários para ampliar o movimento de paralisação. Estamos em estado de greve permanente, aprovado por assembleias do Brasil todo", ressalta.

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"Aqui em São Paulo, o movimento é muito forte no cofre do Banco do Brasil, onde os caixas que estão cruzando os braços porque estão perdendo salário. Nas agências de várias regiões, na zona oeste e na zona leste, o pessoal está mandando informes também de que estão cruzando os braços", completa Fukunaga.

O coordenador da CEBB explica que só será possível fazer um balanço da abrangência da paralisação durante a tarde.

"Nacionalmente, há uma grande paralisação nos cofres, em Campinas [SP] e Brasília [DF], no prédio administrativo do banco no Rio de Janeiro [RJ], também contra a reestruturação do banco", relata.

Duas mesas de negociação foram mediadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Na última terça (9), as tratativas foram encerradas "porque o banco não apresentou nenhum avanço considerável que pudéssemos levar para a categoria", segundo Fukunaga.

Gustavo Tabatinga, secretário geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF), explica que o objetivo imediato da paralisação é justamente pressionar o banco a retomar as negociações com condições mais favoráveis aos trabalhadores.

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"O governo está desmontando o Banco do Brasil, preparando para a privatização", enfatiza. "Tivemos esse canal [de mediação] aberto através do MPT, mas a negociação, em uma mesa com as entidades, não houve. Então, a gente está apostando tudo nessa mobilização para conseguir arrancar essa negociação".

Em um comunicado divulgado em janeiro à imprensa e a setores do mercado, o Banco do Brasil afirmou que as medidas visam "ganhos de eficiência operacional".

Esse é o terceiro dia de mobilização nacional contra a reestruturação do banco em 2021. Atividades semelhantes também foram realizadas entre os dias 15 e 21 de janeiro.

A diretoria do Banco do Brasil estima que 88 agências ficaram fechadas durante toda a quarta-feira.

 

 

 

Edição: Rogério Jordão