O integrante do Conselho Nacional Eleitoral do Equador (CNE) José Cabrera disse, nessa segunda-feira (08), que a publicação do resultado final das eleições presidenciais do país pode demorar "vários dias" para ser conhecido, atrasando a certeza de qual candidato irá para o segundo turno com o progressista Andrés Arauz.
“O assunto ainda levará vários dias, dependendo dos recursos apresentados pelas organizações políticas, que têm todo o direito", afirmou durante uma coletiva de imprensa.
Segundo o membro do CNE, o Tribunal Contencioso Eleitoral, órgão encarregado de conferir a certificação final dos resultados eleitorais, só "dará sua certificação de que não há nada pendente" quando possíveis recursos e impugnações forem julgados. "Só então poderemos dar os resultados finais", disse Cabrera.
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O candidato do correísmo, Andrés Arauz, da coalizão União pela Esperança (Unes), espera a definição de seu oponente no segundo turno, em uma disputa voto a voto entre o candidato de direita Guillermo Lasso e Yaku Pérez, representante do movimento indígena. Com 98,60% das urnas apuradas Arauz está com 32,1% dos votos, Pérez com 19,9% e Lasso com 19,6%.
As pesquisas de boca de urna, no entanto, indicavam Arauz com aproximadamente 36%, Lasso com 22% e Pérez com 17%.
Segundo a Constituição do Equador, para vencer a eleição presidencial no primeiro turno, o candidato deve obter mais de 50% dos votos ou mais de 40% dos votos, abrindo 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.
Em relação à diferença estreita entre o segundo e terceiro colocado, Cabrera não apontou que a votação esteja encerrada. "Nesta situação vocês são testemunhas de que a diferença é mínima, de alguns décimos, e obviamente a situação pode mudar", disse.
De acordo com o jornal La Hora, a presidente do CNE, Diana Atamaint, disse que, segundo a lei do país, o órgão tem até dez dias para que os resultados finais da eleição sejam entregues.
Atamaint afirmou que o processo está sendo contabilizado de "forma transparente" e é necessário aguardar para que todas as atas sejam contadas. "Cada voto conta, vimos que em outras eleições os dignitários ganharam por um, cinco ou vinte votos [...] Enquanto cada um deles não forem contabilizados, não daremos resultados oficiais", afirmou.
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A presidente do CNE declarou ainda que todo o processo de contagem está transcorrendo com normalidade. Segundo ela, algumas atas necessitam de revisão, pois há casos de falta de assinatura ou marcações realizadas incorretamente.
Espera dos resultados
A missão de Observação Eleitoral (MOE) da Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu nessa segunda calma aos equatorianos enquanto aguardam o resultado das eleições realizadas no último domingo (07).
A OEA esteve presente nas províncias de Pichincha, Manabí, Los Ríos, Azuay e Guayas e "observou tanto o processo de votação como o escrutínio nas Juntas de Recebimento de Votos".
"A MOE apela à população que espere com calma os resultados, que os atores políticos se comportem com responsabilidade e que o CNE dê garantias de transparência, certeza e segurança jurídica a todos os envolvidos no processo", afirmou.
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Segundo o comunicado do grupo, a missão permanecerá no Equador até que 100% dos votos sejam apurados e estará presente no segundo turno, que acontece em 11 de abril.
"A Missão de Observação Eleitoral (MOE) da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Equador, chefiada pela ex-vice-presidente do Panamá Isabel De Saint Malo, expressa seu agradecimento ao povo equatoriano pela realização de um processo eleitoral pacífico e com alta participação popular, apesar dos desafios impostos pela pandemia da covid-19", escreveu a OEA.
*Com Sputnik e Télam.
