O ministério das Relações Exteriores da Índia anunciou, nesta terça-feira (19), que vai exportar a vacina contra o coronavírus produzida no país para seis nações. O Brasil não está na lista.
O imunizante será enviado para os vizinhos Butão, Bangladesh, Nepal e Mianmar e para as ilhas Maldivas e Seychelles, ambas no Oceano Índico. Há ainda a possibilidade de inclusão do Siri Lanka, Afeganistão e Ilhas Maurício.
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Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (18), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o governo brasileiro ainda não tinha resposta sobre os 2 milhões de doses que viriam da Índia.
Ele ressaltou, no entanto, que esperava decisão para esta semana. Na semana passada, a pasta chegou a decorar um avião para buscar as vacinas. Mas o governo indiano não liberou o imunizante.
Descompasso
O fracasso nas negociações tem sido interpretado como falta de consonância entre o Ministério da Saúde e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. As negociações do Itamaraty com o país asiático até agora não mostraram resultado prático.
Como política de controle da propagação, a escolha da Índia por países vizinhos faz sentido. Na América do Sul, o governo brasileiro não encabeça nenhum movimento de parceria para a imunização.
Outro fator que pode ser apontado como determinante para a limitação de doses é o direito de propriedade dos imunizantes.
Junto com a África do Sul, a Índia apresentou uma proposta de quebra de patentes à Organização Mundial do Comércio (OMC) no ano passado. O Brasil não se uniu ao grupo, quebrando uma relação de cooperação consolidada e histórica entre as nações emergentes.
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De acordo com informações do colunista do UOL Jamil Chade, durante uma reunião a portas fechadas da OMC nesta terça-feira (19), o governo indiano afirmou que a falta de acordo colocou em curso o "pior dos pesadelos" e vai faltar vacina para todos. Ainda segundo o jornalista, o Itamaraty não se pronunciou durante o encontro.
Mais de mil mortes em 24h
O Brasil registrou 62.094 casos da covid-19 nesta terça-feira (19), segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Com isso, o total de infectados no país desde o início da pandemia é de 8.573.864 milhões. O número de mortes confirmadas em 24 horas foi de 1.192. Mais de 211 mil vidas já foram perdidas para o coronavírus em território nacional.
Saiba o que é o novo coronavírus
É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.
Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Edição: Leandro Melito