Imunização

Vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan tem eficácia geral acima de 50%

CoronaVac evitou todos os casos graves e mais de 90% da necessidade de atendimento médico

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Butantan já está fabricando o imunizante no Brasil. - Wang Zhao/AFP

O Instituto Butantan divulgou nesta terça-feira (12) que o imunizante contra a covid-19, CoronaVac, registrou 50,38% de eficácia global nos testes brasileiros. Com esse índice, a substância supera  os 50% de sucesso, exigidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  

Os resultados significam que a vacina conseguiu evitar mais de metade dos casos muito leves da doença, 96% de casos leves, mas que precisam de algum tipo de atendimento médico e 100% dos pacientes graves. Ou seja, nenhum voluntário que participou dos estudos e recebeu a vacina foi infectado ou desenvolveu problemas mais sérios.

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Vale ressaltar que, no Brasil, a CoronaVac foi testada em mais de 12 mil profissionais da saúde, população que está muito exposta ao vírus. A vacina desenvolvida pelo Butantan demonstrou eficácia de 91% na Turquia e 65% na Indonésia, onde outras populações foram testadas. Do grupo brasileiro, 218 pessoas se infectaram – 160 receberam placebo e 60 foram efetivamente vacinadas. 

Segundo o diretor de pesquisa do Instituto Butantan, Ricardo Palácios, já havia a previsão de que a eficácia para evitar casos leves seria menor e que haveria mais potencial para as situações moderadas e graves. “Temos uma vacina que consegue controlar a pandemia através desse efeito esperado que é a diminuição da intensidade da doença clínica”, disse ele durante a apresentação dos dados.

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A Anvisa analisa dois pedidos de aprovação para uso emergencial de vacinas contra o coronavírus. Além do Butantan, a Fiocruz também requisitou análise dos resultados referentes ao imunizante desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford. Os processos foram entregues na sexta-feira (8) e a Agência tem prazo de 10 dias para conclusão das avaliações. 

 

Edição: Leandro Melito