Pandemia em números

RS chega à marca de 9.200 óbitos e mais de 75% de leitos de UTI ocupados

No segundo dia seguido, estado registra mais de 5 mil novos casos confirmados; país deve atingir 200 mil mortes em breve

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |

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Considerados "heróis da pandemia", trabalhadores da saúde não vão receber reajuste salarial dos principais hospitais do RS - Imprensa Sindisaúde

O Rio Grande do Sul registrou 101 óbitos por covid-19 nas últimas 24 horas, conforme boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgado nesta quarta-feira (6). Com isso, já são 9.226 vidas perdidas no território gaúcho desde o início da pandemia.

O estado também já registra 465.337 infectados pela doença, com a confirmação de 5.014 novos casos pela SES. É o segundo dia seguido com mais de 5 mil novos casos registrados. Dos confirmados, 442.013 (95%) são considerados recuperados.

Porto Alegre e Caxias do Sul foram as cidades que mais registraram novas vítimas fatais, 12 cada uma; seguidos por Canoas, com 9 óbitos. Na sequência, aparecem Gravataí, Rio Grande e Sapucaia do Sul, cada uma com 4 registros de vítimas fatais. Além dessas, aparecem Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Vacaria e Canela, com 2 registros de óbitos cada. Nenhuma outra cidade teve registro de mais de uma vítima fatal.

Dos 497 municípios gaúchos, apenas 86 não têm registro de vítimas fatais. 

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Taxa de ocupação de leitos segue acima dos 70% no estado

Às 17h desta quarta (6), a ocupação em todo o estado estava em 76,5%, sendo 2.019 pacientes em 2.640 leitos de UTI. Na rede privada, a ocupação era de 86,7% e no Sistema Único de Saúde, 72,6%. Entre os internados, 835 (41,4%) têm covid-19 confirmada e 160 têm suspeita da doença.

Em Porto Alegre, a taxa de ocupação das UTIs fechou o dia em 85,43%. Hospital Mãe de Deus e Moinhos de Vento estão com lotação máxima. Hospital da Vila Nova, Ernesto Dornelles, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Conceição e Instituto de Cardiologia estão com mais de 90% de seus leitos ocupados.

Entre os 680 pacientes internados na cidade, 279 têm covid-19 confirmada, 25 têm suspeita da doença e 7 estão na emergência aguardando UTI.

País deve atingir 200 mil mortos nos próximos dias

Segundo o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), quatro das cinco regiões brasileiras têm alta semanal nas mortes por covid-19, registrando em mais de 7,7 milhões o número de pessoas que já foram infectadas no país.

O Conass registrou, nas últimas 24h, 925 óbitos e 56.756 novos infectados em todo o país, em um segundo dia consecutivo com mais de 50 mil infectados e aproximadamente mil óbitos. Com isso, o Brasil já soma 198.657 mortes e 7.867.156 contaminados pelo novo coronavírus.

Para pesquisador gaúcho, verão apresentará estouro de contaminações

Para Pedro Hallal, o aumento de óbitos será o preço pago pelos brasileiros pela falta de uma política de combate à covid-19. Hallal é epidemiologista e atualmente reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), engajado em pesquisas para combater a pandemia no Brasil e no estado. Em entrevista ao Brasil de Fato RS, ele afirmou que o Brasil não tem política de enfrentamento à pandemia e que o governo federal está abandonando a população à própria sorte. 

Hallal disse ainda que esse comportamento tem feito aumentar as aglomerações, o que fará disparar o contágio da doença e levar ao colapso o sistema de saúde. Ele também criticou a liberação da importação de vacinas por clínicas particulares, lembrando que “o Brasil foi e ainda é referência mundial em políticas públicas de vacinação". Segundo ele, as perspectivas de aumento da doença são as piores possíveis, principalmente devido às novas mutações do vírus, a chegada do verão e as aglomerações nas praias do Litoral brasileiro.

“Na próxima semana aumentará muito o número de casos, duas semanas depois as internações vão lotar os hospitais e na terceira semana aumentarão os óbitos”, afirma Hallal.

Prefeito de Porto Alegre flexibiliza protocolos de saúde na capital

Recém-empossado, em seu primeiro dia útil de governo, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), anunciou o novo decreto municipal relacionado à crise do coronavírus. Mesmo com alto índice de contaminação na cidade, a decisão foi de flexibilizar regras mais rígidas adotadas pelo governo anterior, equiparando as medidas da Capital ao decreto do governo estadual. Confira as novas regras.

Trabalhadores da saúde protestam contra 0% de reajuste no salário

Os trabalhadores da saúde organizados no Sindisaúde-RS estão se mobilizando contra 0% de reajuste salarial proposto por diversos hospitais do estado. As mobilizações acontecem em frente de hospitais da Capital, chamando atenção da sociedade gaúcha para o descaso que os considerados "heróis da pandemia" estão recebendo dos chefes e patrões dos hospitais.

Os atos estão sendo chamados de "Palmas não Bastam", em referência às homenagens que os trabalhadores da saúde têm recebido da mídia e até mesmo de celebridades. Segundo o sindicato, o recado que parece ser dado é que os patrões podem até bater palmas para os trabalhadores da saúde, desde que isso não signifique mexer no bolso. Confira a notícia completa aqui.

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a  OMS, em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.  

Como ajudar a quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.  

Como tirar dúvidas?

A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].


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Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Camila Maciel e Katia Marko