Europa

Referência na luta contra o fascismo, Partido Comunista Francês completa 100 anos

Revolucionário vietnamita Ho Chi Minh foi um dos fundadores do partido, cuja sede foi projetada por Oscar Niemeyer

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Congresso realizado em 1920 resultou na fundação do partido, que teve papel fundamental na resistência ao fascismo - STF/AFP/Arquivo

O Partido Comunista Francês (PCF) completa 100 anos nesta quarta-feira (30). A data que marca a fundação da agremiação coincide com o encerramento do Congresso de Tours, que durou cinco dias e culminou na criação da Seção Francesa da Internacional Comunista.

Com cerca de 150 mil filiados, o PCF é considerado um dos eixos articuladores da esquerda e da luta de classes na França.

Um dos pontos altos da trajetória do partido foi a criação, em outubro de 1941, da principal organização da resistência armada ao nazi-fascismo durante a Segunda Guerra: os Francs-Tireurs et Partisans (FTP).

Em entrevista recente ao portal Prensa Latina, o secretário nacional Fabien Roussel enalteceu a história da agremiação e listou as prioridades impostas pela pandemia de coronavírus: a luta contra o aumento do desemprego e da pobreza e contra a realocação de fábricas para outros países.

Curiosidades

Um dos fundadores do PCF foi o revolucionário vietnamita Ho Chi Minh, considerado um dos responsáveis pela vitória das forças anti-imperialistas sobre os Estados Unidos na Guerra do Vietnã (1955-1975). Na época, ele utilizava o pseudônimo Nguyen Ai Quoc.

Outra curiosidade é que a sede oficial do partido, construída em 1980 na praça Coronel-Fabien, em Paris, foi projetada e oferecida gratuitamente aos comunistas franceses pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer.

O PCF foi o mais votado nas eleições legislativas francesas em três oportunidades: em 1945, 1951 e 1956. 

Imprensa

Entre 1923 e 1993, o PCF também foi responsável pela edição do jornal L'Humanité, fundado em 1904. Um dos mais tradicionais veículos de esquerda na França, ele foi censurado entre 1939 e 1944, mas continuou circulando clandestinamente durante a ocupação nazista. 

Durante a guerra da Argélia, entre 1954 e 1962, o jornal também foi impedido de circular por suas posições anti-colonialistas.

A foice e o martelo, símbolos comunistas, estamparam a capa do jornal até 1999. Na fase de maior prestígio, o L'Humanité vendia 250 mil exemplares por dia.

As comemorações do centenário ocorreram durante todo 2020, com videoconferências e exposições, sob o lema "100 anos de história, 100 anos de futuro".

Edição: Leandro Melito