Jair Bolsonaro (sem partido) questionou, na última segunda-feira (28), a veracidade das torturas sofridas por Dilma Rousseff (PT) durante a ditadura civil-militar (1864-1985). Em conversa com apoiadores, ele questionou a ausência de um "raio x da mandíbula" que comprovaria as agressões. Imediatamente, os três últimos presidentes eleitos do país se manifestaram pelas redes sociais e criticaram a postura do capitão reformado.
As torturas a que Dilma foi submetida pelos militares estão comprovadas em documentos do Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG) e da Comissão Nacional da Verdade.
Bolsonaro é apoiador dos crimes cometidos pela ditadura, além de ser admirador confesso do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que torturou Dilma.
Reações
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), expressou solidariedade a Dilma e disse que Bolsonaro passou dos limites. “Brincar com a tortura dela –ou de qualquer outra pessoa– é inaceitável”, escreveu em suas redes sociais.
Amigo e companheiro de partido de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também repudiou as declarações do capitão reformado. “O Brasil perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca”, escreveu o ex-presidente, que também foi preso pela ditadura.
Dilma Rousseff se pronunciou sobre o caso por meio de nota, intitulada "Índole de torturador". Confira na íntegra:
“A cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram”.
Edição: Rodrigo Durão Coelho