Rio de Janeiro

Na reta final

Tribunal ouve 27 testemunhas em processo de impeachment de Witzel

Na lista de testemunhas, Pastor Everaldo, preso desde 28 de agosto, pede misericórdia e clemência em depoimento

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
As 27 testemunhas de acusação e defesa estão sendo ouvidas ao longo do dia pelos deputados estaduais e desembargadores que formam o Tribunal Misto - Reprodução

Nesta quinta-feira (17), caminha mais uma etapa do processo de impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC). As 27 testemunhas de acusação e defesa estão sendo ouvidas ao longo do dia pelos deputados estaduais e desembargadores que formam o Tribunal Especial Misto, responsável por julgar o processo. 

Os nomes das 27 testemunhas foram aprovados em sessão realizada no dia na sexta-feira (4), quando o colegiado do Tribunal Misto foi favorável à produção de provas testemunhais e documentais suplementares no processo. As perícias contábeis e de engenharia foram rejeitadas pela maioria.

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Após a audição das testemunhas, a acusação e a defesa fazem as alegações finais. Logo depois, o relator do processo, deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), se manifesta e dá seu voto. Os integrantes do Tribunal Especial Misto podem acompanhar ou não o voto do relator. 

Na próxima sexta-feira (18), o desembargador Claudio de Mello Tavares e o colegiado do Tribunal Misto voltam a se reunir, em nova sessão, para interrogatório de Witzel, oportunidade em que o réu, que responde por crime de responsabilidade em processo que pode resultar no seu impeachment do cargo, poderá exercer sua autodefesa.

“Misericórdia”

Uma das testemunhas arroladas pela acusação, o presidente do PSC, Pastor Everaldo pediu clemência e misericórdia ao depor, por videoconferência, para o tribunal. Ele, que está preso desde o dia 28 de agosto, foi a terceira testemunha a ser ouvida pelo tribunal e se recusou a responder questionamentos, alegando já ser alvo de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelos mesmos fatos apurados

“Não estou em condições de prestar nenhum depoimento neste processo. Isso se deve ao fato de eu ser réu perante o STJ pelos mesmos fatos que são apurados no processo de impeachment, e meu foco é me defender naquela corte. Estou preso há precisamente 112 dias, a meu ver indevidamente”, disse.

Mesmo se recusando a responder, Everaldo continuou a ser questionado pelos integrantes do tribunal e pediu "misericórdia". “Mais uma vez pedindo misericórdia, perdão, clemência, eu não tenho como falar, pois sou réu sobre o mesmo assunto”, afirmou.

Veja a lista das testemunhas

Arroladas pela acusação: 

Luiz Roberto Martins Soares;

Lucas Tristão do Carmo;

Everaldo Dias Pereira (Pastor Everaldo);

Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso;

Gabriell Carvalho Neves Franco dos Santos ;

Ramon de Paula Neves;

Roberto Bertholdo.

Arroladas pela defesa:

Edmar Santos;

Gabriell Carvalho Neves Franco dos Santos;

Claudio Alves França;

Carlos Alberto Chaves;

Mario Peixoto;

Roberto Bertholdo;

Luis Augusto Damasceno Melo;

Hormindo Bicudo Neto;

Sergio D’Abreu Gama;

Felipe de Melo Fonte;

Luiz Roberto Martins;

Marcus Velhote de Oliveira;

Luiz Octávio Martins Mendonça;

Testemunhas do juízo:

Deputado Waldeck Carneiro;

Nelson Roberto Bornier de Oliveira;

Mario Pereira Marques Neto;

Edson da Silva Torres;

Gustavo Borges da Silva;

Carlos Frederico Verçosa Duboc;

Maria Ozana Gomes;

Mariana Tomasi Scardua;

Bruno José da Costa Kopke Ribeiro;
 
Deputado Alexandre Freitas;
 
Helena Witzel;

Alessandro de Araújo Duarte.

Edição: Mariana Pitasse