Ainda falta

Sem datas e cogitando Coronavac, governo entrega plano de vacinação ao STF

Atendendo ao pedido do ministro Lewandowisk, Ministério da Saúde apresenta documento de 90 páginas sem todas respostas

Belém (PA) | Brasil de Fato |
O país apresenta atualmente uma taxa de letalidade de 2,6% e índice de mortalidade de 85 casos para cada 100 mil habitantes - Américo Santos/SEI/ Fotos Públicas

Neste sábado (12), o governo federal entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o plano nacional de imunização contra a covid-19. Apesar de apontar que serão 108,3 milhões de doses e cerca de 51 milhões de pessoas de grupos prioritários imunizados, o documento não prevê uma data para o início da vacinação.

Chama atenção que no documento o governo coloca a vacina Coronavac, da empresa chinesa Sinovac que tem parceria com o Instituto Butatan, como uma dos possíveis imunizantes a serem adquiridos, a depender dos resultados e da aprovação da Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária). Devido a uma disputa pessoal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o governador de São Paulo, João Doria, o governo federal não é objetivo ao afirmar se pretende adquirir as vacinas da empresa chinesa. 

O mais próximo de uma data que consta no plano está em uma nota técnica, que acompanha o plano encaminhado ao STF. Segundo a nota, a previsão é que os grupos prioritários sejam vacinados ao longo do primeiro semestre de 2021.

O documento destaca ainda que não há vacina registrada e licenciada no Brasil.

Nada de "finalzinho" 

Os dados consolidados da última semana epidemiológica provam que a pandemia não está perto do seu fim, contradizendo a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na última quinta-feira (10) em evento no Rio Grande do Sul. 

Os números do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) mostram que nos últimos sete dias (06/12 - 12/12) foram registrados 302.950 casos de coronavírus, enquanto que no período anterior (29/11 - 05/12) foram 286.905 pessoas contaminadas. Se tratando do número de mortes, nesta semana foram contabilizadas 4.495, e no período anterior foram 4.067. 

Neste sábado (12), o país chegou a 181.123 mortos depois de serem contaminados, já o número de infectados é de 6.880.127. No último período de 24h foram 686 óbitos e 43.900 casos.

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O estado de São Paulo é o primeiro tanto em número de novos casos quanto de mortos. Até este sábado (12) são 1.333.763 infectados e 43.971 óbitos.

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Depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais têm os maiores números de mortes. São 43.971; 23.718; e 23.718 óbitos, respectivamente. 

Quanto ao número de casos, os maiores registros são em São Paulo, Minas Gerais e Bahia, com 1.333.763; 464.545 e 443.465. 

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O país apresenta atualmente uma taxa de letalidade de 2,6% e índice de mortalidade de 85 casos para cada 100 mil habitantes. A taxa de letalidade diz respeito à proporção de mortos em relação ao total de infectados. Já o índice de mortalidade corresponde a um percentual demográfico.

Saiba o que é o novo coronavírus

É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.

Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”.  

Como ajudar quem precisa?

Nos diferentes cantos do país, há muitas formas de prestar solidariedade à população mais vulnerável neste momento de pandemia. Uma delas é a campanha “Vamos precisar de todo mundo”, coordenada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, no intuito de divulgar ações populares de cooperação. Veja mais detalhes em: https://todomundo.org/

Edição: Lucas Weber