O presidente cubano Miguel Díaz-Canel anunciou na última quinta-feira (10) detalhes do plano econômico "Tarefa de Ordenamento", que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2021. A principal novidade é a unificação monetária e o fim do "peso conversível", moeda paralela popularmente chamada de CUC, que tem paridade com o euro e circula há 26 anos.
Com essa mudança, Cuba passará a ter apenas uma moeda, com taxa de câmbio fixa: 24 pesos cubanos por um dólar. Acompanhado do primeiro secretário-geral do Partido Comunista, Raúl Castro, Díaz-Canel ressaltou que haverá uma mecanismos de regulação estatal para garantir o controle da inflação.
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O presidente ressaltou que não se trata de uma "solução mágica", e que por isso exigirá outros ajustes. Está previsto para 2021, por exemplo, um aumento médio de 450% nos salários e de 500% nas aposentadorias, para evitar impactos sociais.
O governo admite que as empresas estatais, que respondem por 85% da economia, registrarão imediatamente um aumento nos custos de produção com o fim do CUC. Por isso, planeja implementar incentivos à exportação.
O objetivo do novo plano, segundo o governo cubano, é "corrigir distorções" na economia do país, que enfrenta embargos econômicos dos Estados Unidos. A expectativa é que a mudança facilite os investimentos estrangeiros em um momento de dificuldade. Cuba depende em grande medida do turismo, drasticamente afetado pela covid-19.
Edição: Rodrigo Chagas