Jogadores de Istanbul Basaksehir e Paris Saint-Germain retomaram nesta quarta-feira (9) a partida suspensa por eles próprios após uma ofensa racista do quarto árbitro ao auxiliar técnico do time turco, no dia anterior, pela Liga dos Campeões da Europa.
Sebastian Colţescu, o autor do ataque, foi excluído do jogo. Em razão disso, toda a equipe de arbitragem foi trocada pela Uefa, a organizadora da competição.
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No aquecimento, todos participantes do jogo – jogadores, comissões técnicas e trio de arbitragem – usaram camisetas com os dizeres "No to Racism" (Não ao Racismo, em português), incluindo Pierre Webó, vítima da ofensa.
Em seguida, durante o tradicional hino da Liga dos Campeões, na entrada de campo, jogadores e árbitros se ajoelharam no círculo central e ergueram o punho cerrado, um movimento simbólico ao movimento negro.
O atacante brasileiro Neymar e o francês Mbappé, grandes estrelas do duelo, participaram do ato contra a ação do quarto árbitro.
“Não sou racista”
Segundo o jornal "ProSport", da Romênia, Colţescu se defendeu da acusação para familiares, dizendo não ser racista.
"Só tento ser uma boa pessoa. Não vou ler nada do que sair na imprensa nos próximos dias. Qualquer um que me conhece sabe que não sou racista. É o que eu espero, pelo menos", teria dito Colțescu na conversa com parentes.
O caso
Pouco antes dos 15 minutos da partida realizada na terça-feira (8), o quarto árbitro se dirigiu de forma racista ao ex-jogador camaronês Pierre Webó, membro da comissão técnica do time turco, durante um tumulto por um lance de jogo. Após um cartão amarelo, Colţescu chamou o juiz principal da partida e pediu punição a Webó, da seguinte maneira:
"Aquele preto ali. Vá lá e verifique quem é. Aquele preto ali. Não dá para agir assim", afirmou Coltescu, ao se referir ao camaronês.
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O jogador Demba Ba, atacante nascido na França que joga pela seleção de Senegal, prontamente se revoltou com o quarto árbitro e partiu para cima dele. “Você não fala ‘aquele cara branco’, você fala ‘aquele cara’. Por que então vai falar ‘aquele cara preto'?", interpelou Demba Ba, com o dedo em riste.
O atacante, então, reuniu todos em campo e lhes pediu que abandonassem o campo. O pedido foi aceito por dirigentes e jogadores dos dois times, que imediatamente desistiram de jogar. Neymar e Mbappé, líderes do time parisiense, se posicionaram firmemente em apoio a Ba e Webo. "Se esse cara [o quarto árbitro] não sair daqui, não vamos jogar".
Edição: Rodrigo Chagas