Com o aumento do número de casos, internações e risco de colapso nas redes pública e privada do Rio de Janeiro, a Secretaria estadual de Saúde informou nesta quinta-feira (3) que serão abertos mais 1.053 leitos de UTI e 126 leitos com suporte ventilatório nas nove regiões do estado.
O anúncio foi feito durante a audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). De acordo com o secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Carvalho, a medida se dará através de uma nova resolução para pagar leitos custeados pelo estado entre dezembro deste ano e fevereiro do próximo ano.
A publicação da resolução está prevista para a próxima sexta-feira (4). O valor projetado é de R$ 157 milhões.
“Não estava ocorrendo o pagamento dos leitos destinados à covid-19 nos municípios, além da capital”, lamentou o secretário durante a audiência se referindo à gestão anterior. Carvalho assumiu a secretaria em setembro deste ano.
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Colapso
Na última quarta-feira (2), o projeto MonitoraCovid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou uma nota técnica apontando que o sistema de saúde fluminense estava perto de entrar em colapso com o aumento no número de casos e internações.
Segundo o levantamento, na região metropolitana do Rio, 172 pessoas aguardavam na fila por um leito de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) até a última quarta (2). A taxa de ocupação das unidades intensivas na rede privada chegou a 98%.
No mesmo documento, a Fiocruz alertou que os números de óbitos por covid-19 na cidade do Rio também preocupam. Durante boa parte da pandemia, o município ficou atrás de São Paulo, capital, no índice de mortes diárias. Nas últimas duas semanas, o quadro se inverteu — são 60 óbitos no Rio, frente a 35 na capital paulista, que tem quase o dobro da população carioca.
A instituição ainda chamou atenção para o fato de que o Rio pode retomar o padrão de transmissão da doença observados no início da pandemia.
Alexandre Telles, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado (SINMED-RJ), lembrou durante a audiência que a capital vive um momento de desmonte da atenção primária e que isso afeta também o controle da pandemia.
“Há uma redução de 70% para menos de 50% na cobertura. Nesse momento de aumento de casos, essa cobertura vai fazer falta”, lembrou.
Edição: Mariana Pitasse