Rio de Janeiro

VACINA NO BRASIL

Fiocruz reafirma produção de vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford

Com eficácia comprovada de 90% nesta semana, vacina deixou de ser candidata promissora para confirmada

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Para a Fiocruz, o protocolo de maior eficácia representa a possibilidade de vacinar ainda mais pessoas com o mesmo número de doses a serem produzidas - Marcelo Camargo /Agência Brasil

Resultados preliminares dos estudos clínicos de fase 3 da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, divulgados nesta semana confirmam a expectativa de especialistas e põem o Brasil cada vez mais perto de uma resposta em larga escala, segundo análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Com uma eficácia demonstrada de 90% e um esquema vacinal que permitirá otimizar as doses a serem produzidas, esta vacina deixa de ser uma candidata promissora para ser uma vacina que será produzida pela Fiocruz e uma resposta à saúde pública brasileira”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, em nota.

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Para a Fiocruz, o protocolo de maior eficácia representa a possibilidade de vacinar ainda mais pessoas com o mesmo número de doses a serem produzidas.

Segundo os dados apresentados, a eficácia de 90% foi alcançada ao se utilizar uma primeira dose reduzida pela metade e uma segunda dose padrão, com um mês entre as duas dosagens, o que permite o aumento de 30% no número de pessoas a serem vacinadas, já que, inicialmente, pensava-se que seria necessário utilizar o esquema vacinal de duas doses para cada pessoa. 

“No primeiro semestre teríamos 100,4 milhões de doses para oferecer para 50,2 milhões de brasileiros. No entanto, com esse protocolo anunciado, as mesmas 100,4 milhões de doses poderão ser utilizadas na vacinação de cerca de 65 milhões de pessoas. E no segundo semestre, com a produção 100% nacional na Fiocruz e mais 110 milhões de doses, poderemos vacinar mais 71,5 milhões de pessoas”, destacou em nota o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger.

Outro aspecto positivo desses resultados é que, dos 11.636 voluntários que tiveram seus dados analisados, apenas 30 testaram positivo para a covid-19 mesmo após a vacina e nenhum deles precisou ser hospitalizado ou teve reações graves. No caso dos estudos conduzidos pela Universidade de Oxford, mesmo os participantes assintomáticos estão realizando testes laboratoriais de diagnóstico para monitoramento.

O diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Mauricio Zuma, lembrou ainda das vantagens associadas ao preço e ao quantitativo que está sendo oferecido. 

“Estamos trabalhando dentro do cronograma previsto, com uma expectativa de produção de 210,4 milhões de doses em 2021, com um valor por dose extremamente acessível, entre US$ 3 e US$ 4 e uma vacina que pode ser armazenada e transportada na temperatura de 2-8oC, podendo ser distribuída e armazenada utilizando toda a logística já existente no Programa Nacional de Imunizações (PNI/MS). Nossas equipes estão se dedicando muito e vamos entregar uma vacina segura e de qualidade para a população brasileira”, avalia o diretor. 

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

Edição: Mariana Pitasse