A coligação “Contagem Feliz de Novo”, formada por PT, MDB, PCdoB e PSB, que lidera as pesquisas de intenção de votos em Contagem (MG), acusa o comitê do candidato adversário, Felipe Saliba (DEM), de espalhar mentiras para fins eleitorais.
Com cerca de 669 mil habitantes, a cidade é a 32ª maior do país e a 3ª maior de Minas Gerais em população. Marília Campos (PT), que tem 54,7% das intenções de voto contra 45,3% de Saliba, é uma das 15 cabeças de chapa petistas que disputam o 2º turno nas 100 maiores cidades do país.
Hamilton Reis, um dos coordenadores da campanha de Marília, diz que as calúnias já haviam circulado no 1º turno, mas se intensificaram assim que a disputa se polarizou entre DEM e PT.
O PT conseguiu derrubar na Justiça Eleitoral, ainda no 1º turno, panfletos divulgados pela candidata Dulce Joane Sousa Monte (PMB) com denúncias infundadas contra Marília.
O clima esquentou na última segunda-feira (30), quando alguns bairros foram tomados por bandeiras com a estrela vermelha, símbolo do partido de esquerda, com os dizeres “PT nunca mais” e “Fora PT”. No mesmo dia, a campanha de Marília acionou a Justiça, que decidiu pelo recolhimento das bandeiras.
“Esse material não é propaganda eleitoral. Não tem CNPJ, não tem autor. O que aparece é o nome Direita Minas, grupo que tem feito esse serviço sujo durante a campanha”, relata Reis.
No dia seguinte, as mentiras foram dirigidas especificamente ao público evangélico.
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“Vieram com panfletos dizendo que a Marília vai fechar os templos”, acrescenta o integrante da campanha do PT. “Tudo isso circulou com caminhões de som, em que soava uma montagem com a voz do prefeito Alex de Freitas [sem partido], que tem mais de 80% de rejeição, supostamente declarando apoio a Marília, o que não é verdade”.
Saliba é próximo ao grupo político de Freitas e, inclusive, foi um dos doadores da campanha que elegeu Freitas em 2016, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bonecos do ex-presidente Lula com roupa de presidiário e adesivos com a mensagem “Fora PT” continuam circulando na cidade, às vésperas do 2º turno. “Tudo a mando do nosso adversário, que esconde a mão da sujeira que faz”, lamenta Reis.
“Os carros de som foram apreendidos, e os motoristas têm vínculo com o comitê do adversário. Isso foi comprovado e pesou na decisão da Justiça de mandar recolher [os materiais]”, acrescenta. “Infelizmente, embora a Justiça de Contagem esteja agindo de maneira exemplar, com rapidez, garantindo decisão liminar para a gente recolher esses materiais, o estrago é feito e só depois das eleições é que se tem um desdobramento judicial”, completa Reis.
O Brasil de Fato tentou contato com a candidatura de Felipe Saliba e com o movimento Direita Minas, mas não obteve retorno. A reportagem será atualizada assim que houver uma resposta.
Relato de ameaça
O ex-prefeito de Contagem e atual coordenador de campanha de Saliba, Ademir Lucas, relatou em boletim de ocorrência na 1ª delegacia Regional de Polícia Civil que sofreu ameaça de morte durante uma carreata realizada no bairro Industrial no início da noite da última quarta-feira (25).
Conforme o relato, os suspeitos estavam em dois carros quando o motorista de um deles teria feito um sinal de que cortaria o pescoço de Ademir, mostrando uma arma. Um fotógrafo, uma assessora da campanha e a ex-vereadora Maria Lúcia Guedes (PV) teriam testemunhado o ocorrido.
"A campanha do candidato está completamente em choque com o atentado à democracia na cidade e já tomou todas as medidas legais para identificar e punir os envolvidos", informou a assessoria da campanha de Saliba em nota oficial.
O PT também se posicionou sobre o caso, ao qual se refere como “suposto atentado”.
“Repudiamos a tentativa de nos ligar as supostas ameaças feito a Ademir Lucas. Esperamos que a Polícia Civil apure e puna os responsáveis, se constatada a veracidade do que se diz e que se desvende o que aparenta ser fruto da imaginação de quem, desesperado pela iminente derrota nas urnas, tenta criar mais um factoide”, disse o partido, em nota assinada pelo presidente municipal, Miguel Ângelo de Andrade, ainda no dia 25.
Edição: Rogério Jordão