De cada cinco coletivos que deveriam estar nas ruas, apenas dois circularam normalmente nas na cidade do Rio de Janeiro no mês de outubro, o que representa apenas 38,3% da frota determinada pela Prefeitura. O levantamento é do relatório “De Olho no Transporte” lançado pela Casa Fluminense nesta quinta-feira (19).
O estudo foi construído com base no acompanhamento cidadão dos dados gerados pelo GPS dos ônibus do Rio de Janeiro, disponibilizados pela Prefeitura no portal Data.Rio.
Na análise territorial apontada pelo relatório, a zona Oeste é a região mais afetada pela baixa oferta de ônibus em circulação. Segundo o levantamento, o consórcio Santa Cruz apresentou maior diminuição do percentual da frota em circulação nas ruas em relação ao total determinado. A cada quatro ônibus que deveriam estar servindo a população da Zona Oeste, apenas um está nas ruas.
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Para Guilherme Braga, pesquisador da Casa Fluminense, o projeto busca contribuir para o debate sobre a responsabilidade da Prefeitura em garantir a circulação mínima de ônibus para evitar a superlotação e a qualidade na prestação deste serviço.
“A análise dos dados apresentada no relatório vem acompanhada de propostas para a melhoria deste cenário descrito tais como: a ampliação da fiscalização sobre os consórcios para assegurar a oferta determinada de ônibus esteja de fato na rua; e a disponibilização dos dados com a qualidade necessária para monitoramento cidadão dos transportes. Ou seja, uniformização das informações exibidas nos letreiros dos ônibus, nos registros de GPS e na contagem de passageiros que passam pela catraca”, destaca Braga.
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) informou que "durante as ações de fiscalização realizadas na pandemia, 5.496 foram aplicadas aos consórcios e ao BRT, sendo 1.698 por circulação com frota reduzida". A pasta disse ainda que os operadores das linhas de ônibus foram notificados para que reforçassem a frota "de forma a não haver lotação indevida".
A SMTR ressaltou ainda a criação de um "Comitê Emergencial que conseguiu o retorno de 77 linhas inoperantes e o reforço na frota de 12 serviços".
Edição: Mariana Pitasse