Paraná

Solidariedade

No Paraná, a solidariedade vem da terra e das mãos de voluntários

Produção de marmitas para pessoas em situação de vulnerabilidade é frente de resistência de voluntários e do MST no PR

Curitiba (PR) |
Mais de 28.800 marmitas já foram produzidas e entregues desde o início da pandemia - Lizely Borges

A cada semana, a produção e entrega das marmitas solidárias em Curitiba (PR) e região metropolitana colore as redes sociais. As mais de 28.800 marmitas produzidas e entregues desde o início da pandemia para população em situação de rua e moradores de comunidades periféricas têm buscado ser uma frente de resistência de voluntários e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) à implementação da política da fome pelo Estado brasileiro.

O governo brasileiro retarda a implementação de medidas que possibilitem – nas diversas etapas da cadeia produtiva dos alimentos – a produção do alimento e seu acesso à população mais vulnerável. Em contraposição a uma lógica individualista e desumanizadora do governo brasileiro, trabalham diariamente mulheres e homens, jovens e pessoas idosas, para garantir o essencial – o alimento. Um alimento saudável e nutritivo.


Lizely Borges

Os expedientes de trabalho mais conhecidos são os da quarta-feira, dia de cortar, cozinhar, temperar, organizar e distribuir as marmitas pelas ruas da capital, para as filas cada vez maiores de pessoas, famílias e ignorados pelo poder público.

Mas os sábados também são de trabalho. A produção dos alimentos – feita durante a semana pelos assentados da reforma agrária – é manejada pelas voluntárias e voluntários da Marmita Solidária quando o sábado ainda está iniciando. O trabalho, sob coordenação dos conhecedores do manejo da terra, é de limpeza de terrenos, preparo da terra, plantio de sementes e mudas e colheita dos alimentos.    


Lizely Borges

“No mutirão aos sábados, há uma soma com quem vem fazendo durante toda a semana, que é cuidar dos alimentos e da terra. Ajudar a quem precisa é nossa tarefa diária. É muito bom ver sair um carro cheio de alimento, que nós produzimos, indo pra pessoas que a gente sabe que não têm. É uma satisfação muito boa em contribuir”, aponta a agricultora e assentada da Lapa, Ivanete Aparecida Ramos.


Lizely Borges

Edição: Lia Bianchini