A denúncia de um suposto “laranjal” de Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, não procede. Na última quarta-feira (11), horas após a divulgação de um vídeo com essa notícia falsa, o juiz eleitoral Emílio Migliano Neto determinou que o material fosse retirado do ar.
Produto da imaginação do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, o vídeo repercutiu em portais da extrema direita, como Jornal da Cidade Online – com mais de mil retuítes e 3,6 mil “likes” no Twitter – e pelo candidato Celso Russomanno (Republicanos) em um debate eleitoral.
Adversário de Boulos na disputa pela Prefeitura, Russomanno foi ultrapassado pelo candidato do PSOL nas últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha.
Leia também: Desde o apoio de Bolsonaro, Russomanno perdeu 14% das intenções de voto em SP
Eustáquio, autor do vídeo, já foi preso pela Polícia Federal (PF) em junho, em meio à operação Lume, que apura financiamento, apoio e organização de atos antidemocráticos que defendiam o retorno da ditadura militar e o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). A PF avaliou que ele usava táticas para não ser localizado pela Justiça e ordenou a prisão para minimizar risco de fuga.
Entre outras notícias falsas propagadas por ele e já desmentidas, está a “acusação” de que o novo coronavírus teria sido fabricado em laboratório pelo Partido Comunista Chinês.
Leia também: Covas ignorou apelo de secretaria por mais engenheiros para cumprir Plano de Metas
O caso do “laranjal” citava uma fraude, que jamais existiu, na contratação de empresas para a campanha de 2020. O nome das empresas e os valores foram inventados. Não há documentos nem qualquer indício a ser investigado: o vídeo é falso.
Ao final do dia, #LaranjaldoBoulos deu lugar a #RussomannoMente entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.
Boulos é o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Bruno Covas (PSDB).
Edição: Leandro Melito