Trabalhadores concursados e terceirizados do Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio de Janeiro, fizeram novamente uma manifestação na manhã desta terça-feira (3) em frente à unidade. O protesto é contra o anúncio de fechamento do hospital,feito na última quinta-feira (29) pela direção da instituição.
Essa é a segunda manifestação organizada por trabalhadores do hospital em menos de uma semana. A primeira aconteceu na última sexta-feira (30).
Até agora, já chega a oito o número de vítimas do incêndio que atingiu parte do Hospital de Bonsucesso no último dia 27. Três pacientes morreram no próprio hospital e outros cinco morreram depois de já terem sido transferidos para outras unidades de saúde.
Presente no ato, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que integra a comissão externa criada pela Câmara dos Deputados para acompanhar a situação dos hospitais federais no Rio de Janeiro, disse que o governo federal vem sendo cobrado há meses pela falta de manutenção das unidades.
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"A tragédia de Bonsucesso é uma tragédia anunciada. O governo Bolsonaro é mercador da morte, despreza e é contra o Sistema Único de Saúde. Precisamos defender o SUS contra o corte e orçamento, assim como defender todas as unidades de saúde do SUS desse país", afirmou a deputada, que tem se reunido com conselhos comunitários da região.
Jandira lembrou, ainda, que há uma ação na Justiça para que haja contratação de profissionais de saúde para todas as unidades. Ela disse que a comissão externa da Câmara está acompanhando a situação de Bonsucesso, dos hospitais do Andaraí, Ipanema, Laranjeiras, Hospital dos Servidores, Hospital de Traumato Ortopedia, entre outros.
O incêndio no Hospital de Bonsucesso coincidiu com a publicação de um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) liberando o estudo para privatização de Unidades Básicas de Saúde (UBS), atendimento também conhecido como atenção primária, postos de saúde e saúde da família. O decreto foi revogado um dia após a publicação depois de receber duras críticas.
Edição: Eduardo Miranda e Jaqueline Deister