O governador afastado Wilson Witzel (PSC) e a candidata do PDT à Prefeitura do Rio, deputada estadual Martha Rocha, trocaram acusações no Twitter depois de revista Veja noticiar que a parlamentar pediu para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) revogar a condecoração da Medalha Tiradentes dada ao ex-secretário estadual de saúde Edmar Santos.
O motivo da crítica de Witzel à Martha se deve ao fato de que a deputada foi quem propôs em 2016 que Edmar recebesse a homenagem, que é a maior condecoração dada pelo estado do Rio. Na época, Edmar Santos era diretor do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e não integrava o governo.
"Deputada a senhora também foi enganada pelo Edmar? Como delegada e presidente da Comissão de Saúde, não percebeu os malfeitos dele desde o H. Pedro Ernesto e o condecorou? Mesmo assim, me acusa de omissão? Como explica isso ao seu eleitor?", perguntou Witzel.
"Governador afastado, o ex-secretário não era nem nunca foi meu funcionário. Aliás, ele estava sob seu comando e devia contas a você. Como vimos posteriormente, essas contas foram altas e é por isso que, como presidente da Comissão Covid na Alerj, votei pelo seu afastamento. Não tenho medo em corrigir erros. Faça o mesmo, assuma sua responsabilidade, saia do Palácio e pare de onerar os fluminenses e cariocas com suas contas e apoios eleitorais", respondeu a candidata do PDT.
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Em julho, o ex-secretário Edmar Santos foi preso por suspeitas de fraude em contratos para a compra emergencial de respiradores que seriam utilizados em pacientes com covid-19. Edmar foi solto por depois a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). A PGR informou que estava em curso um acordo de delação em que o ex-secretário cita inclusive Witzel como integrante do esquema de desvio de recursos.
Wilson Witzel foi afastado do cargo no dia 28 de agosto por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por um período de até 180 dias. Menos de um mês depois, porém, no dia 23 de setembro, os deputados da Alerj aprovaram por unanimidade o relatório que recomenda a cassação do mandato de governador de Witzel. O processo de impeachment está em sua fase final, sendo julgado por um Tribunal Misto composto por deputados e membros do Tribunal de Justiça estadual.
Edição: Eduardo Miranda