Por Justiça

MPF vai acompanhar investigações sobre assassinato de líder do MST no Paraná

Ênio Pasqualin teria sido executado a tiros após ser retirado à força de dentro da casa onde morava com a família

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Ênio Pasqualin
Ênio Pasqualin (quinto da esq. para a dir.) era uma das lideranças do assentamento Ireno Alves dos Santos - Arquivo/MST PR

As investigações sobre o sequestro e assassinato do camponês Ênio Pasqualin, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Terra em Rio Bonito do Iguaçu (PR), serão acompanhadas pelo Ministério Público Federal (MPF).

O órgão instaurou nesta segunda-feira (26) um procedimento administrativo de acompanhamento (nº 01/2020) e vai monitorar o caso. Pasqualin teria sido sequestrado na casa onde morava com a família, no assentamento Ireno Alves dos Santos, e seu corpo encontrado com marcas de execução a tiros horas depois, na manhã de domingo (25).

A instauração foi feita pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, segundo informa o MPF, “considerando o papel de acompanhamento e enfrentamento de denúncias de violências, perseguições e outras formas que configurem ação arbitrária, no campo, contra lideranças de movimentos sociais".

Ênio Pasqualin iniciou sua militância no movimento em 1996, já em Rio Bonito do Iguaçu, onde fez parte de uma das maiores ocupações dos sem terra: cerca de três mil famílias ocuparam o latifúndio da Giacomet Marodin, atual madeireira Araupel, no dia 17 de abril daquele ano.

Entenda: Líder do MST no Paraná é encontrado morto com sinais de execução

Repercussão

Em nota, o movimento cobrou a investigação da execução e a prisão dos envolvidos, além de lamentar a morte de Pasqualin. “Tiraram a vida de um pai, de um marido, deixando suas duas filhas, o filho e a esposa com uma dor inexplicável.”

"Seja no âmbito da produção e na organização dos assentados quando foi Presidente da Central de Associações Comunitárias do Assentamento Ireno Alves dos Santos (Cacia) ou quando ajudou os filhos e filhas dos assentados e assentadas a se organizarem para continuar a luta pela terra na extensa área da Araupel”, afirma o MST.

O Brasil de Fato entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná para ter mais informações sobre o crime e as investigações, mas até a publicação desta notícia não houve resposta.

Edição: Rodrigo Chagas