Rio de Janeiro

ELEIÇÕES 2020

Justiça Eleitoral exige que Ibope inclua simulação de 2º turno com Martha e Benedita

Com a decisão, instituto precisará reformular questionários de pesquisa que seria divulgada na próxima sexta (30)

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Benedita Martha Rocha
Não incluir candidatas em sondagens para segundo turno fere isonomia entre candidatos, registrou juíza eleitoral - Câmara dos Deputados/Alerj

A Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro determinou no sábado (24) que o instituto de pesquisas Ibope passe a incluir as candidatas Martha Rocha (PDT) e Benedita da Silva (PT) nas simulações de segundo turno com o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM). Até então, a simulação de segundo turno vinha ocorrendo entre Paes, que lidera as pesquisas, e o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos).

Em razão do crescimento das duas candidatas nas últimas sondagens de intenção de voto e o empate técnico com Crivella, a juíza Regina Chuquer entendeu que o instituto deverá invalidar os questionários que vinham sendo aplicados aos entrevistados para a pesquisa que seria divulgada na próxima sexta-feira (30).

Leia também: Rio: Paes segue em primeiro, Crivella, Martha Rocha e Benedita disputam segundo lugar

"Acolho o pedido para que o Ibope coloque no questionário a ser apresentado ao contingente de pesquisados a opção de segundo turno que contemple as três situações possíveis, até então: Paes X Crivella; Paes X Martha Rocha; Paes X Benedita, inutilizando o questionário anterior", escreveu a magistrada, que alertou para a suspensão da divulgação da pesquisa e multa em caso de descumprimento da ordem.

A juíza observou que novas mudanças no cenário eleitoral das pesquisas podem gerar necessidade de alteração nas entrevistas, mas que, no momento, diante do empate técnico entre Crivella, Benedita e Martha, deve ser dado tratamento igual às candidaturas. Além de chamar a atenção para a agressão ao princípio da isonomia, não divulgar os nomes das candidatas no segundo turno pode induzir o voto dos eleitores.

"O fumus boni juris [perigo na demora] decorre da agressão ao princípio da isonomia de tratamento para aqueles que se encontram na mesma situação jurídica, bem como da possibilidade de induzir o eleitorado do Rio de Janeiro a erro, sugerindo a possibilidade de um segundo turno apenas entre os dois candidatos, o que poderia levar esses eleitores, já no primeiro turno, a escolher entre os dois, possivelmente, deixando de lado os demais candidatos, especialmente as candidatas Martha Rocha e Benedita, que se encontram empatadas, tecnicamente, em segundo lugar, com o prefeito Crivella", registrou a juíza.

Leia também: Debate virtual reúne candidatos à Prefeitura do Rio e moradores de favelas

A ação, movida pelos advogados da candidata do PDT, deputada estadual Martha Rocha, teve como base a última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada na última quinta-feira (22). A pesquisa mostrou que na simulação de segundo turno entre Paes e Martha, a candidata do PDT teria 45% dos votos contra 41% do ex-prefeito do Rio.

Edição: Mariana Pitasse