Rio Grande do Sul

Saúde

Trabalhadores do IMESF decidem entrar em greve contra demissões

A decisão foi motivada pelos descumprimentos legais por parte do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr (PSDB)

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A decisão da greve foi tomada em assembleia realizada nesta quinta-feira (08) - Sindisaúde-RS

Os trabalhadores e trabalhadoras do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família de Porto Alegre (IMESF) decidiram entrar em greve por três dias a partir de quarta-feira (14). A decisão foi tomada em assembleia virtual realizada pela primeira vez na história do Sindisaúde-RS, nesta quinta (08), que contemplou também os profissionais representados pelo Sindicato dos Enfermeiros do RS (Sergs), Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde do RS (Sindacs) e Sindicato dos Odontologistas do RS (Soergs). 

A mobilização denuncia o início das demissões dos 1,3 mil trabalhadores do IMESF pelo prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB), mesmo havendo uma liminar que impede a substituição dos trabalhadores. Também foi definida a realização de ato em frente ao Tribunal Regional do Trabalho, na terça-feira (13), a partir das 17 horas.

De acordo com o presidente do Sindisaúde-RS, Júlio Jesien, a greve está motivada principalmente por conta da emissão de avisos de desligamento e término de contrato dos profissionais, principalmente da Enfermagem e da Odonto. “No nosso ver são avisos ilegais, pois existe uma liminar concedida pelo Ministério Público do Trabalho, pelo Tribunal Regional do Trabalho. Por uma questão de descumprimento, há inclusive multa, mas o prefeito Marchezan insiste em descumprir determinações judiciais. O próprio descumprimento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), com relação à atenção básica, é um descumprimento de decisões judiciais. São inúmeras que ele vem descumprindo ao longo desse período", aponta.  

Ainda segundo o presidente, nesta sexta-feira (09) saiu o chamamento dos profissionais que prestaram concurso público. Com isso, há possibilidade de desligamento, em seguida, de um grande número de agentes de combate à pandemia e agentes comunitários de saúde. “Essa motivação toda faz com que, no dia 14, até o dia 16, se promova uma greve dos trabalhadores”, expõe.

Conforme o Sindisaúde-RS, a greve terá início na quarta com um ato de caminhada do Posto Modelo até a sede da prefeitura. No segundo dia, ocorre concentração na prefeitura, com caminhada até a Câmara de Vereadores, onde os trabalhadores pretendem despertar os parlamentares para a defesa dos empregos conquistados através de concurso público. No terceiro dia, a concentração começa no Tribunal Regional do Trabalho, como forma de apoio às medidas judiciais que asseguram os vínculos dos trabalhadores, e segue até outros postos de saúde.

Durante a assembleia do Sindisaúde-RS, foram 291 votos no total, com 220 favoráveis à greve conforme o plano de lutas da assembleia; 40 votos contra a greve, mas favoráveis à continuidade de outros movimentos de luta; 20 votos contrários à greve; e 11 abstenções.

Forte apoio político

A assembleia ocorrida à noite, em transmissão ao vivo na página do Sindisaúde-RS no Facebook, contou com forte apoio político. A candidata à prefeita Fernanda Melchionna (PSOL) se fez presente. Também o candidato à vice-prefeito, Miguel Rossetto (PT), participou. Além destes, os vereadores Roberto Robaina (PSOL) e Aldacir Oliboni (PT) participaram. O diretor João Ezequiel e a diretora Marília Iglesias, do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), também prestaram seu apoio.

Edição: Marcelo Ferreira