Nesta sexta-feira (9), atos contra o imperialismo na América Latina ocorrem em pelo menos 15 municípios brasileiros. As manifestações fazem parte da Semana Anti-Imperialista, realizada entre os dias 5 e 10 de outubro, cujo objetivo é expor as “agressões do imperialismo em todo o mundo, e fazer um chamado conjunto para que, unidos, os povos possam superar esse período de incerteza”.
Em Roraima, que faz fronteira com Venezuela, manifestações foram registradas na capital, Boa Vista, logo nas primeiras horas da manhã. Na ocasião, estiveram presentes representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Levante Popular da Juventude e movimentos sociais.
Ainda nesta manhã, cerca de 30 militantes se reuniram em frente a embaixada dos Estados Unidos em Brasília em um ato cênico contra o imperialismo sobre os povos latino-americanos. Movimentos como o MST, Levante Popular da Juventude e Marcha Mundial das Mulheres estavam presentes.
Em Belém (PA), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), participou de um ato simbólico de denúncia às agressões contra a Venezuela por parte dos Estados Unidos e às recorrentes tentativas do governo estadunidense de se apropriar privadamente da Amazônia e de seus recursos, bem como colocar suas Forças Armadas nesta região. Participaram da ação, além do MAB, organizações que constroem o Comitê Cabano Bolivariano de solidariedade à Vanezuela na capital paraense.
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“Estamos na luta na semana da Jornada da Luta Anti-Imperialista no Brasil e no mundo para denunciar o modelo imperialista que mata vidas, mata naturezas, destrói educação e destrói direitos.Estamos juntos com o Brasil e o mundo para denunciar o imperialismo. Não mais Trump! Não mais bloqueio! Não mais golpe de estado! Fora, Bolsonaro!”, afirma Maria Gerlania, da direção nacional do MST.
As manifestações no Brasil se somam às articulações que estão organizadas em cerca de 80 países para realizar essa “ação e denunciar as agressões imperialistas que, infelizmente, ainda são uma atualidade contra os povos de todo o mundo”, diz Paola Estrada, membro do Capítulo Brasil da Articulação Continental dos Movimentos Populares da Aliança Bolivariana dos Povos da Nossa América (Alba Movimientos).
Segundo Estrada, no contexto brasileiro, a articulação entre o governo de Jair Bolsonaro e do estadunidense Donald Trump, assim como outros líderes de extrema direita pelo mundo, visa diminuir os direitos das classes trabalhadoras. Na América Latina, essa articulação trumpista se expressa nas agressões à Venezuela.
“Por discordar das ações do governo democraticamente eleito, que vem sendo reiteradamente reconhecido e legitimado pela maioria da população venezuelana, o governo dos Estados Unidos se sente no direito de deslegitimar e intervir diretamente sobre esse país, prejudicando milhões de venezuelanos inocentes que só estão exercendo seu direito à soberania e autodeterminação elegendo esse governo”, afirma.
Nesse sentido, o governo brasileiro, bem como o colombiano, se junta aos Estados Unidos contra Venezuela. “É fundamental que a gente se some nessa luta pela paz na Venezuela e se mobilize para denunciar as agressões do imperialismo estadunidense contra o povo venezuelano e também contra os povos de todo o mundo em articulação com esse governo de extrema-direita.”
Também atuam na realização da Semana Internacional de Luta Anti-Imperialista a Via Campesina, Marcha Mundial de Mulheres, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), plataforma Via Democrática (Marrocos), partidos comunistas do Nepal, da Espanha e de Portugal, Partido dos Trabalhadores da Tunísia, Partido Socialista da Zâmbia, Partido da Esquerda Europeia, Sindicato Nacional de Metalúrgicos da África do Sul e Frente Pátria Grande da Argentina, além das articulações internacionais Alba Movimentos e Assembleia Internacional dos Povos.
Edição: Leandro Melito