A coalizão opositora equatoriana União pela Esperança (Unes) foi autorizada na madrugada desta quinta-feira (01/10) a participar das eleições gerais do país, marcadas para fevereiro de 2021. A agremiação reúne os partidários do ex-presidente Rafael Correa, que foi impedido de concorrer como vice-presidente.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) admitiu o pedido para substituir a candidatura de vice de Correa, cuja candidatura foi recusada por pesar contra ele uma sentença judicial em um suposto caso de suborno. O ex-presidente alega que está sofrendo perseguição política.
Com a decisão do CNE, a UNE tem prazo de dois dias para oficializar o substituto de Correa na chapa. O nome escolhido pelo grupo foi o do comunicador Carlos Rabascall, que vai às urnas como candidato a vice de Andrés Arauz.
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A decisão foi por maioria, com os votos a favor da presidente do CNE, Diana Atamaint, e dos conselheiros Esthela Acero e José Cabrera, enquanto Enrique Pita votou contra e Luis Verdesoto se absteve. "Hoje, em momentos em que a democracia equatoriana vive circunstâncias difíceis e complexas, devemos tomar decisões transcendentais para a história da pátria", afirmou Atamaint.
Ela disse que a responsabilidade do CNE é atuar com independência política para defender a democracia e a estabilidade institucional do Estado, e tem a obrigação de compreender que o pluralismo político é o princípio reitor dessa democracia e do desenvolvimento da sociedade.
"Isso implica respeitar a liberdade de decisão que acompanha os equatorianos. Não nos corresponde obstaculizar a participação política ou colocar barreiras ou limites à ação livre das diferentes expressões políticas e programáticas", afirmou.
Espera
A decisão do máximo órgão eleitoral encerra um período de dias de espera, depois do início da fase de inscrição de candidaturas às eleições, iniciada em 17 de setembro e que se estenderá até o próximo dia 7 de outubro.
Durante várias semanas, a coalizão denunciou tentativas de impedir o registro da candidatura de sua dupla presidencial, e seus alertas geraram preocupação dentro e fora do país.
"Agora, o povo equatoriano terá a oportunidade de, nas urnas, recuperar a esperança, recuperar a dignidade. É a isso que viemos aqui", afirmou Arauz após a decisão. Ele ficou em em vigília, junto a apoiadores da União pela Esperança (UNES), até a meia-noite.
(*) Com Prensa Latina