As primeiras manchas de óleo apareceram nas praias do nordeste brasileiro no dia 30 de agosto de 2019, em poucos dias uma faixa de cerca de 3 mil quilômetros do litoral já estava tomada por 5 mil toneladas de óleo. A tragédia ficou marcada como um dos maiores crimes ambientais da história do país.
Um ano depois, ainda sem terem sido identificados responsáveis pelo acontecimento, as consequências ainda são graves nas comunidades que tiram seu sustento das águas. “Importante afirmar que com a chegada criminosa desse petróleo, nas praias, nos manguezais, teve um impacto profundo em toda a cadeia da pesca artesanal, em toda a economia pesqueira”, explica Francisco do Nascimento, integrante do Conselho Pastoral de Pescadores de Pernambuco.
Entenda: Um ano após vazamento de óleo no Nordeste, nenhum responsável foi identificado
Apesar dos esforços de voluntários para superar o impacto agudo, não foi possível a retirada de todo o óleo presente, é o que afirma o biólogo e oceanógrafo, Clemente Coelho. “Ele ainda está escondido dentro dos estuários, impregnados em raízes e troncos de árvores de mangues,nos costões, que é quase impossível ser retirado, enterrados na areia escondido entre os corais e isso tem feito com que muitas vezes as pessoas encontrem pequenos fragmentos”.
::Óleo no Nordeste: "Como não conseguimos descobrir?", questiona campanha Mar de Luta::
Sem assistência, os pescadores seguem mobilizados buscando saídas para as comunidades afetadas através da Campanha Mar de Luta. “Essa campanha nacional envolve diversas organizações, diversas comunidades, e colocam em pauta novamente os impactos permanente do petróleo nos seus territórios, nas suas vidas e na economia da pesca artesanal”, pontua Nascimento.
A Marinha Brasileira, responsável pela investigação, encaminhou, no mês de agosto, para a Polícia Federal um relatório ainda sem respostas conclusivas sobre os possíveis responsáveis pelo crime ambiental. De acordo com a PF, o inquérito segue em sigilo.
Confira a reportagem:
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga e Marina Duarte de Souza