Quatro membros do Partido pelo Socialismo e Libertação (PSL) foram presos na última quinta-feira (17), em Denver, capital do Colorado, nos EUA. Russel Ruch, Lilian House, Joel Northam e Eliza Lucero estiveram na vanguarda dos massivos protestos antirracistas que eclodiram no país após o assassinato violento de George Floyd, vítima da violência policial.
O partido soltou uma declaração na qual afirma que três dos militantes foram presos em suas casas, enquanto um deles, Ruch, foi detido no estacionamento de uma loja. Uma das militantes, Lilian House, teve sua casa cercada por cinco carros da polícia.
A organização política denuncia ainda que seus integrantes detidos receberam, de surpresa, várias acusações de crimes, inclusive o suposto sequestro de 18 policiais e organização de tumultos, todos com prisão preventiva.
Para o partido, as prisões e as acusações contra os quatro militantes é uma tentativa de criminalizar o movimento antirracista no país, que desafiou a impunidade dos agentes que se acostumaram a assassinar pessoas negras, latinas, indígenas e da classe trabalhadora, sem serem punidos.
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Em Denver, capital do Colorado, o partido socialista e outras organizações antirracistas têm se organizado para exigir justiça no caso de Elijah McClain, de 23 anos, assassinado por policiais do Departamento Policial de Aurora (cidade próxima a Denver), agosto de 2019. Ele foi detido pelos policiais enquanto caminhava e foi estrangulado até a morte por "parecer suspeito". Até hoje, nenhum oficial foi preso ou punido pelo assassinato de McClain.
Em uma live realizada nessa quinta (17), o integrante do PSL, Eugene Puryear, comentou a prisão de seus companheiros de partido.
"Enquanto estamos aqui sentados falando de militantes que estão defendendo a justiça e sendo presos, com acusações que criminalizam os protestos, os três oficiais que assassinaram Elijah McClain ainda estão livres”, disse Puryear.
A candidata presidencial do partido, Gloria La Riva, também participou da transmissão online e afirmou que a prisão dos militantes busca intimidar os militantes antirracistas de todo o país.
“Esta é uma prática comum nos Departamentos de Polícia... eles têm a intenção de intimidar não apenas nossos membros que foram presos, mas o movimento nacional que se levantou na luta mais permanente já vista neste país".
O partido promete combater as acusações e exigir a liberdade dos militantes a partir de uma campanha massiva. Para tanto, convoca uma manifestação para o próximo sábado (19), em frente à sede do governo estadual do Colorado.
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*Com informações do Peoples Dispatch.
Edição: Luiza Mançano