Duas das mais importantes cidades do mundo registraram protestos contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), nesta segunda-feira (7), quando se comemora o Dia da Independência do Brasil.
Em Nova Iorque, o comitê Defend Democracy in Brazil (DDB) marchou em defesa do meio ambiente, contra as queimadas de floresta e pela saída de Donald Trump e de Bolsonaro do poder.
Em Paris, capital da França, protestos ocorreram na embaixada brasileira. Manifestantes usaram fumaça nas cores do movimento anti-fascista – vermelho e preto – e projetaram frases como "Fora Bolsonaro", "verás que um filho teu não foge à luta" e “por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”.
De que lado você está?
Para o comitê DDB, que organizou o protesto nos EUA, Bolsonaro e Trump são responsáveis diretos pela emergência climática.
O grupo lançou uma campanha de coalizão internacional para desmontar a imagem do presidente brasileiro, denominada “De que Lado Você Está? Amazônia ou Bolsonaro?”, levando a mensagem cunhada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) para os EUA.
Natalia de Campos, uma das fundadoras do DDB, explicou que um dos objetivos é denunciar Bolsonaro pela negligência de seu governo diante da pandemia de covid-19, principalmente, em territórios indígenas e pela aproximação do governo com grupos que “apoiam a destruição das florestas e do Pantanal brasileiro”.
Emergência ambiental
O Pantanal, um dos biomas mais ricos em biodiversidade e importantes do planeta, passa pela maior seca e número de queimadas das últimas décadas. Somente nesse ano foram mais de 1 milhão e 200 mil hectares de área queimada, o que corresponde a oito vezes o território do município de São Paulo.
Segundo Marcos Rosa, coordenador do Map Biomas, o motivo da seca histórica advém de um efeito sistêmico, que está associado ao desequilíbrio climático e hídrico, ocasionado pela devastação de outros biomas importantes, como o cerrado e principalmente a Amazônia.
Desde o dia 15 de julho, o governo federal proibiu queimadas em todo o país por 120 dias, e na semana seguinte enviou militares e aeronaves para combater os incêndios no bioma.
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Porém, ambientalistas afirmam que o socorro foi muito tarde e não arrefecerá os efeitos do desmonte dos órgãos responsáveis pela fiscalização na região, como o Ibama e o ICMBio.
Edição: Rodrigo Chagas