Resistência

Ponto de Cultura Alimentar no Pará pede ajuda para não fechar as portas

Espaço atua junto a rede de agricultores familiares, cooperativas, extrativistas, povos originários e tradicionais

Belém (PA) | Brasil de Fato |

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Espaço pede ajuda para manter a rede de agricultores familiares com que trabalham. Na foto: Carlos Ruffeil e Tainá Marajoara - Raoni Godinho e Ana Luiza Gomes

A pandemia do novo coronavírus afetou diversos pequenos empreendedores. No Pará, o Ponto de Cultura Iacitatá, conhecido por valorizar a comida regional, está com dificuldade de arcar com as despesas básicas do espaço e cogita fechar as portas.

Uma das idealizadoras do espaço, a cozinheira e produtora cultural Tainá Marajoara explica que será preciso contar com uma campanha de solidariedade para garantir a renda de cerca de 600 famílias que formam a rede de agricultores familiares, cooperativas, extrativistas, povos originários e tradicionais com os quais eles trabalham em parceria.

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"Nós passamos um susto, que foi o corte de luz do ponto do Iacitatá, apesar de estarmos assegurados com uma lei, em decorrência do estado de emergência. E nós, diante da redução de mais de 90% dos serviços de alimentação e eventos, o que nós fizemos foi garantir que o recurso possível que entrasse na casa fosse direcionado para a sobrevida dessas 600 famílias que compõe essa rede de agroecologia e cultura alimentar", afirma.

Ela cita o fato de ter que pagar R$ 5 mil de luz, enquanto que a rede com que ela atua, de trabalhadores da agroecologia, está na luta para conseguir algum benefício. 

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"Desde que iniciou a pandemia a gente vem fazendo essa luta em defesa da cultura, da agroecologia e das produções artesanais. Mais uma vez o estado do Pará prioriza apoiar mineradoras, empresas de agrotóxicos, o ruralismo como foi o caso da isenção para agrotóxicos, enquanto que a gente está batendo de porta em porta solicitando que haja algum tipo de incentivo fiscal ou fomento para a cultura", diz.

Edição: Leandro Melito