Os advogados do governador afastado Wilson Witzel (PSC) entraram com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF), no último sábado (29), para cassar a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou seu afastamento do cargo pelo prazo de 180 dias. A defesa de Witzel questiona a medida monocrática do ministro Benedito Gonçalves, do STJ.
Além de argumentar que a decisão precisava ter partido do pleno do STJ, ou seja, de todos os ministros, os advogados de Witzel questionam o fato de não ter havido previamente uma denúncia formal para que seu afastamento fosse determinado pela justiça. No Twitter, o governador afastado disse que está cuidando de sua defesa e que está "sendo linchado politicamente" e que foi "enganado".
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Na última sexta-feira (28), o STJ determinou o afastamento do governador do cargo por esquema de desvio de dinheiro na área de saúde do estado e a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou oito pessoas, incluindo a primeira-dama, Helena Witzel, por corrupção. Na mesma operação, a polícia prendeu o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, e o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão.
As denúncias da PGR
De acordo com a acusação, o escritório de advocacia de Helena Witzel teria recebido pagamentos feitos pela empresa familiar de Gothardo Lopes Netto, médico e ex-prefeito de Volta Redonda (RJ) também preso na operação, e de empresas ligadas a Mário Peixoto, que teriam sido transferidos para Wilson Witzel.
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A Operação Tris in Idem é um desdobramento das operações Favorito e Placebo, iniciadas em maio deste ano após a delação premiada do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos.
Na época, o ex-secretário entregou provas à PGR que relacionam o governador ao esquema de corrupção que desviou R$ 37 milhões na pasta com a aquisição de equipamentos hospitalares, justamente um dos fatos investigados pela Placebo.
Edição: Eduardo Miranda