O debate sobre a violação dos direitos das mulheres atingidas por barragens ganhou um novo capítulo neste mês com o lançamento do livro “Educação Popular, Direitos e Participação Social: Bordando a Saúde das Mulheres Atingidas por Barragens”. A publicação, disponível online, é fruto de uma parceria entre a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
O livro reúne diversas reflexões que surgiram a partir de um espaço de formação, ao longo do ano de 2019, em que foram debatidos os temas da saúde, dos direitos sociais, da luta contra a construção de barragens, da construção dos espaços de ciranda infantil e da produção das arpilleras - bordados que se tornaram populares no Chile como instrumentos de luta e de denúncia.
Leia mais: Trajetória de mulheres atingidas por barragens é tema de filme
Entre as metodologias utilizadas nas reflexões, o diagnóstico rápido participativo foi peça chave para as agentes de saúde da Fiocruz e as atingidas por barragens das comunidades do Vale do Guapiaçu, no interior do Rio de Janeiro, levantarem as principais problemáticas de saúde na região.
Na publicação, o resultado do trabalho é dividido em seis capítulos intitulados: “A importância do direito à saúde”; “As mulheres atingidas por barragens e a violação do direito à saúde”; “O projeto educação popular, direitos e participação social: bordando a saúde das mulheres atingidas por barragens”; “As arpilleras: tecendo a vida das mulheres”; “As crianças como sujeitos políticos” e “A saúde levantando pauta de reivindicação e luta das mulheres”.
Parte do conteúdo desenvolvido durante o espaço de formação e apresentado no livro também foi sistematizado em arpilleras a partir de um processo intenso de produção embasado em temas relacionados à saúde. Em cinco comunidades, as mulheres fizeram arpilleras abordando os temas dos direitos à saúde pública, previdência, saneamento, água e educação. Ao final, sete arpilleras foram expostas na cidade de Cachoeiras de Macacu e na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, no ano passado.
Edição: Mariana Pitasse