Rio de Janeiro

DIVERSIDADE

Abrigo de LGBTs em situação de risco, Casa Nem sofre despejo em plena pandemia no Rio

Policiais cumpriram medida por determinação judicial; com despejo, Prefeitura do Rio prometeu imóvel definitivo para ONG

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Segundo ativistas da Casa Nem, mais de 100 policiais militares participaram de ação de despejo - Reprodução

Policiais militares amanheceram em frente à Casa Nem, em Copacabana, na zona Sul do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (24), para cumprir um mandado de reintegração de posse expedido em junho deste ano pela Justiça. Abandonado há mais de 10 anos, o edifício sediava Casa Nem desde 2019 e vinha servindo de abrigo para mais de 50 pessoas LGBTI+ em situação de risco e vulnerabilidade.

Pela manhã, a coordenadora da Casa Nem, Indianara Siqueira, disse nas redes sociais que haveria resistência para evitar o despejo. Ela criticou também o fato de que as mais de 50 pessoas e as cerca de 20 famílias abrigadas no local seriam retiradas à força do edifício em plena pandemia da covid-19. Para ela, a Justiça deveria ter aguardado.

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Um acordo costurado entre a Prefeitura do Rio e o Governo do Estado pretende ceder um imóvel definitivo no bairro de Laranjeiras, na Zona Sul da cidade, para a Casa Nem. Mas o local está em reforma e só deve estar em condições de receber a ONG daqui a quatro meses. Indianara reclamou que a Justiça poderia ter aguardado para que o espaço definitivo estivesse pronto.

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O Núcleo de Defesa da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos (Nudversis) da Defensoria Pública do Estado do Rio esteve no local durante a reintegração de posse e informou que os moradores serão levados temporariamente para uma escola estadual em Copacabana. O governador do estado, Wilson Witzel (PSC), disponibilizou carro de mudança, alimentação, água e colchonetes nesse período até que possa haver a transferência para o imóvel.

Edição: Eduardo Miranda