Não há como esconder

Brasil tem mais de 105 mil mortes pela covid e ministro evita relatar números à OMS

Em reunião com a Organização Mundial da Saúde, Pazuello considerou "evidentes os acertos do governo" contra a pandemia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ministro interino evitou falar sobre os números alarmantes da covid em reunião com Organização Mundial da Saúde (OMS) - Erasmo Salomão - ASCOM/MS

Os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conaas) desta quinta-feira (13) confirmam a morte de 105.463 pessoas por causa da covid-19 no Brasil. Desde o último boletim, divulgado na quarta-feira (12), foram registrados 1.262 novos óbitos. O patamar indica que o país continua identificando em média mais de mil casos fatais por dia. Em reunião com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello evitou tratar dos números alarmantes. 

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Durante o encontro virtual, o interino afirmou que o número de pacientes recuperados "evidencia o acerto das ações do governo brasileiro em resposta à pandemia". O índice de pessoas que se curaram no Brasil, no entanto, não é diferente da média observada no coronavírus no mundo todo.

A porcentagem de pessoas que conseguem superar a doença chega a ser superior a 80%. Mas, como a covid-19 tem alto poder de propagação, ou seja, infecta muitas pessoas ao mesmo tempo, os gargalos no sistema de saúde se acentuam e o número de mortes também.

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Vírus avança

Ainda de acordo com os dados do Conass, o total de infectados no Brasil é de 3.224.876. Em 24 horas, 60.091 novos casos se somaram a esse montante. O país vem registrando mais de 300 mil confirmações da doença por semana há quase um mês.

Em onze unidades da federação, o total de pacientes contaminados é superior a 100 mil. Somente em São Paulo, estado com maior número absoluto de casos, o vírus já infectou mais de 670 mil pessoas - patamar superior ao total de países como África do Sul, México, Espanha e Reino Unido.

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Entre os estados com números de casos mais expressivos estão também Bahia (206.955), Ceará (194.081) e Rio de Janeiro (188.085). O Rio é também a unidade da federação com maior taxa de letalidade pela covid. O índice é de 7,7%, bastante superior à média nacional de 3,3%.

Os dados consolidados das duas últimas semanas (entre 26/07 e 08/08) indicam crescimento considerável de confirmações da doença no Tocantins, que saltou de 4.426 pacientes para 5.756; no Rio Grande do Sul, onde os resultados foram de 11.338 a 13.339 e no Pará, que saiu da marca de 8.130 para 11.046 casos. 

O que é o novo coronavírus?

Trata-se de uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

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Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

 

 

 

Edição: Rodrigo Chagas