O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) admitiu, em depoimento ao Ministério Público do Rio (MP-RJ), no início de julho que o miliciano Adriano da Nóbrega foi seu instrutor de tiro e que o conheceu por intermédio de seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Segundo o senador, Adriano e Queiroz eram integrantes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar na época.
Flávio foi ouvido pelo MP no inquérito que investiga as "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) no período em que o filho do presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), era deputado estadual pelo Rio. Em seu mandato na Alerj, Flávio empregou Danielle Mendonça, ex-mulher de Adriano, e Raimunda Magalhães, mãe do miliciano morto em fevereiro durante troca de tiros com a PM da Bahia.
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Em 2005, o então deputado Flávio Bolsonaro condecorou Adriano na Alerj com a Medalha Tiradentes, maior honraria do estado. Na época, o ex-policial cumpria pena e já havia sido preso preventivamente por homicídio. Adriano é apontado nas investigações como principal chefe do "Escritório do Crime", maior grupo miliciano do Rio de Janeiro.
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O MP-RJ afirma que Adriano e Queiroz são sócios em um esquema de “rachadinha” que funcionava no gabinete de Flávio. Informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), mostram que o ex-assessor recebeu R$ 2 milhões em sua conta, divididos em 483 depósitos. Há indícios de que a ex-mulher e a mãe do miliciano possam ser funcionárias fantasmas no gabinete da Alerj.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Eduardo Miranda