Rio Grande do Sul

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A Brigada Médica Henry Reeve e o Prêmio Nobel da Paz

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As brigadas médicas Henry Reeve tiveram impecável atuação em 2014 em Guiné, Libéria e Serra Leoa, na África, no combate ao vírus Ebola - Divulgação
"Nós demonstraremos que o ser humano pode e deve ser melhor e o valor da consciência e da ética"

Nascido no Bairro do Brooklyn, Nova York, em 04 de abril de 1850, o jovem estadunidense Henry Reeve, lutou contra a escravidão em seu país e, em 1869, aos 19 anos veio a Cuba, onde lutou durante a primeira Guerra de Independência Cubana, chegando a General de Brigada do Exército Libertador. Morreu em 1876, aos 26 anos, em combate contra as forças imperiais da Espanha.

Conhecido em Cuba como “o inglesito”, Henry Reeve participou quando era um adolescente da Guerra Secessão, lutando pelo Exército do Norte contra os escravistas do Sul. Foi atraído pela campanha pela independência de Cuba por Carlos Manuel de Céspedes e Antonio Maceo y Grajales, e pelos ideais libertários dos emigrantes cubanos radicados em Nova York.

Henry Reeve lutou sob a orientação de dois grandes chefes militares: Ignacio Agramonte, de  Camagüey, e Máximo Gómez, da Republica Dominicana, que exaltaram seu valor, retidão e seriedade, bem como, o profundo respeito de seus comandados que o queriam como um pai.

As proezas do Contingente Médico que leva o nome de Henry Reeve são conhecidas por todo o mundo, mas foi o Comandante Fidel Castro, que em setembro de 2005 deu este nome à Brigada que Cuba ofereceu aos Estados Unidos para enfrentar os graves danos provocados pelo furacão Katrina, o que George W. Bush, presidente da época, recusou.

No ato de criação do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situação de Desastres e Graves Epidemias “Henry Reeve”, Fidel Castro disse, “nós demonstraremos que há respostas a muitas das tragédias do planeta. Nós demonstraremos que o ser humano pode e deve ser melhor e demonstraremos o valor da consciência e ética. Nós ofereceremos vida”.

Desde então, as brigadas médicas Henry Reeve proporcionaram ajuda solidária a inúmeras nações. Foram a China, México, Peru, Indonésia, Bolívia, Paquistão e Guatemala. Estiveram presentes no Chile, após um terremoto, e no Haiti, onde outro terremoto causou uma grande epidemia de cólera.

Também tiveram impecável atuação em 2014 em Guiné, Libéria e Serra Leoa, na África, no combate ao vírus Ebola, declarada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como Emergência Internacional. Os profissionais que lá estiveram foram apenas com o compromisso de quem daria até a vida no esforço de salvar outras.

Em 2018, durante a 70ª Assembleia Mundial da Saúde foi concedido o Prêmio Doutor Jon-Wook Lee, que é dedicado a todos que apresentam uma extraordinária contribuição à saúde pública no mundo, à Brigada Médica Henry Reeve, reconhecendo o trabalho solidário de Cuba, que agora é expresso nos contingentes que contribuem para enfrentar a covid-19 em várias nações pelo mundo.

Cuba continuará oferecendo suas experiências, recursos humanos especializados, bem como, os produtos da indústria farmacêutica e de biotecnologia para ajudar na conquista da cobertura universal da saúde.

Por isso, te convido a apoiar a campanha de indicação ao Prêmio Nobel da Paz 2021 às Brigadas Médicas Cubanas Henry Reeve. Assine a petição.    

Edição: Katia Marko