Um grupo de cerca de 20 mulheres do bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, está arrecadando dinheiro, equipamentos e materiais reciclados para produzir vassouras de garrafa PET. A iniciativa surgiu com o objetivo de começar uma atividade para geração de renda para mulheres que são chefes de família e estão desempregadas.
“A importância do projeto pra mim é poder empoderar cada uma delas, porque a maioria são donas de casa, idosas, marisqueiras e pescadoras que depois que o óleo atingiu o nosso litoral ficaram sem ter como trabalhar”, afirma Carolina Patrício dos Santos, educadora social da ONG Turma do Flau, moradora de Brasília Teimosa e coordenadora do grupo de mulheres.
“Muitas delas nunca saíram do seu lar, nunca sequer participaram de reunião para discutir o que é ser mulher e feminismo, e quando eu vejo que o grupo está crescendo, eu me sinto realizada como alguém que ajuda a minha comunidade”, explica.
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O grupo realizou uma formação em uma fábrica no bairro de Peixinhos, em Olinda, e a partir de doações conseguiram comprar um maquinário para cortar as garrafas e produzir as cerdas da vassoura. “Ao invés de um cabo com desenhos de flores, a gente vai colocar frases de apoio e empoderamento da mulher”, diz Santos.
O grupo está parado desde março devido à pandemia. A retomada das atividades do grupo e início da produção de vassouras está prevista para acontecer de forma gradual a partir do mês de setembro. As mulheres estão a procura de doações para montar o seu espaço de trabalho com armário, mesa, garrafa térmica, forma de bolo, utensílios de cozinha, utensílios de limpeza, pratos e carrinho de bebê ou cercadinho.
Histórico
As mulheres do grupo se reúnem há cerca de 3 anos no grupo Mães do Flau, que é formado pelas mães de crianças que participam das atividades extracurriculares da ONG Turma do Flau, e passaram a discutir sobre a necessidade de um projeto para geração de renda a partir do vínculo com a Marcha Mundial das Mulheres (MMM).
“A gente começou a reunir inicialmente essas mães do Flau e depois, como a gente se reúne e discute esse projeto de geração de renda, direito ao trabalho e emprego para essas mulheres que são mães de família, tem chegado outras, as vizinhas, as comadres, que não são necessariamente ligadas pela ONG e têm interesse em melhorar a sua vida e a de suas famílias”, afirmou Kathrein Santana, coordenadora do Grupo de Mulheres de Brasília Teimosa e integrante da Marcha Mundial de Mulheres.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Rodrigo Chagas e Vanessa Gonzaga