O Clube faz com que a gente chegue na casa do leitor, onde quer que ele se encontre
No mês de junho, o Clube do Livro da Editora Expressão Popular completou três anos de existência. Desde 2017, a editora lança um livro novo a cada mês e o envia para todos seus assinantes espalhados pelo Brasil. No último mês foram mais de 1.300 pessoas que receberam o Clube do Livro em suas casas.
Para além dos livros de literatura e teoria política que abordam temas candentes da sociedade em que vivemos, marca páginas, cartazes e cartilhas de formação produzidas pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, completam os kits recebidos a cada mês.
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O coordenador da equipe da Editora, Carlos Bellé, diz que a iniciativa nasceu a partir de um conjunto de vontade: unir a distribuição de livros já editados pela Expressão Popular com a necessidade de ampliar laços com os leitores, auxiliando também no desenvolvimento pessoal e na formação política das pessoas.
“Ao mesmo tempo em que o Clube do Livro facilita os trabalhos de organização da editora, ele estimula o leitor. Mas sobretudo, o Clube faz com que a gente chegue na casa do leitor, onde quer que ele se encontre.”
Bellé cita questões teóricas sistematizadas pela teórica marxista chilena Marta Harnecker e as coloca como desafios do Clube do Livro, principalmente porque a maioria dos assinantes fazem parte da militância dos movimentos populares.
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Em primeiro lugar ele coloca o desenvolvimento de uma teoria que dá sustentação a um projeto político, seguida da organização popular para a construção de um processo de transformação social e da formulação de um programa político que resolva os problemas do povo.
No entanto, ele reafirma a importância de ampliar o público de assinantes do Clube do Livro.
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“Hoje nós buscamos construir o enraizamento da Editora Expressão Popular em todos os espaços onde a classe trabalhadora está. Já temos a experiência do Clube do Livro, que é chegar ao endereço do militante, da liderança. Mas nós queremos chegar nas periferias, queremos chegar nas comunidades rurais, queremos chegar onde o leitor está presente, mas que não têm acesso ao livro.
Com a palavra, os assinantes
Para a assinante do Clube Clarice Santos, professora do curso de Licenciatura em Educação do Campo na Universidade de Brasília, o Clube do Livro é muito importante, sobretudo porque a Editora disponibiliza livros que geralmente não estão presentes no mercado e porque têm o diferencial de chegar direto na casa das pessoas, onde quer que elas estejam.
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“Essa iniciativa do Clube do Livro da Expressão Popular é muito importante, especialmente para nós que trabalhamos com a educação do campo. O Clube do Livro é uma ferramenta que faz chegar os livros a qualquer lugar deste país onde tiver uma agência de correios, tendo o poder de alcançar as pessoas que não têm acesso aos livros, que são cada vez mais caros e concentrados em grandes livrarias, localizadas basicamente em shoppings.”
Outro assinante, Rodolfo Lima, militante do Levante Popular da Juventude e doutorando em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), diz que o Clube do Livro é um incentivo à leitura, sobretudo para a compreensão do sistema capitalista, das crises e da correlação de forças entre os segmentos da sociedade.
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“Este momento é um momento de estudar e se preparar também para o pós pandemia. E o material crítico, marxista, que tem como horizonte a revolução e a mudança estrutural da sociedade, como os livros da Expressão Popular, são as armas que a gente precisa.”
Para o assinante Tiago Coutinho, professor da Universidade Federal do Cariri (UFCA) o trabalho realizado pela Editora tem um diferencial muito importante.
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“Atualmente eu acho que o trabalho da Expressão Popular é um dos trabalhos mais importantes no Brasil, não só pela qualidade do conteúdo dos livros, mas principalmente por ter preços acessíveis, ou seja, livros baratos que são fáceis de circular.”
Editora Expressão Popular
Nascida em 1999, a Editora Expressão Popular surge do campo dos movimentos populares e possui objetivos estratégicos de contribuição na batalha das ideias contra o conservadorismo e o neoliberalismo, fortalecendo a formulação histórica da classe trabalhadora em torno de um projeto popular para o Brasil, produzindo livros acessíveis e com baixo custo.
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Bellé faz uma síntese da Editora:
“Poderíamos dizer que ela é síntese de debates coletivos, portanto tem um caráter coletivo. Que ela é síntese da construção de muitos, portanto ela tem um caráter solidário. Que ela é síntese daquele novo sujeito histórico que nós queremos construir, portanto ela tem um caráter militante, que é aquele que faz a transformação social. E ela também tem um caráter popular, no sentido de que todas as suas publicações se destinam para a classe trabalhadora.”
Toda a equipe das trabalhadoras e dos trabalhadores do livro, que somam cerca de 150 pessoas de Norte a Sul do país, é o que dá corpo à Editora Expressão Popular.
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Porém, com a pandemia do coronavírus, não só as pessoas estão isoladas, mas os livros também, segundo Bellé. Por isso que uma nova iniciativa está sendo gestada, a Ação Literária Cultura e Solidariedade, que visa abarcar cerca de 130 cidades, disponibilizando os títulos publicados pela editora com 50% de desconto nos próximos três meses.
Para Bellé, “o livro vai contribuir para a elevação daquilo que nós temos de melhor, que é a capacidade de pensar, de analisar a realidade e de, a partir daí tomar decisões organizativas, de desenvolvimento das lutas populares e sociais para eliminar as relações de exploração existentes na sociedade”.
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Para se tornar assinante do Clube do Livro basta acessar o site da Editora Expressão Popular, fazer o cadastro, escolher a modalidade que mais se encaixa no seu perfil, autorizar o pagamento e aguardar o próximo livro chegar até você.
No mês de agosto, a editora lançará, em parceria com o Instituto Tricontinental, o livro “As veias do sul continuam abertas”, organizado pelo professor e economista argentino Emiliano López.
Edição: Lucas Weber