O número de focos de incêndio na região do Pantanal (que abrange territórios de Brasil, Bolívia e Paraguai) disparou, aumentando 189%, entre 1º de janeiro e esta terça-feira (21) comparado com o mesmo período do ano passado.
Foram registrados cerca de 3.200 focos de incêndio. Esta é a maior quantidade já registrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desde 1998, quando o monitoramento começou a ser realizado. O número também supera, por exemplo, a quantidade registrada em 2018, de 1.691 focos de incêndio.
O município de Corumbá, que fica localizado na divisa entre Mato Grosso do Sul e Bolívia, é o mais afetado pelos focos de incêndio, tornando-se recordista em queimadas. Somente nas últimas 48 horas, o INPE registrou 146 novos focos, atingindo 7 mil hectares. De acordo com o Observatório do Pantanal, a região pertencente à Bolívia perdeu 5 mil hectares para as queimadas, somente em julho deste ano.
Até o último domingo, o município já havia contabilizado 2.218 focos, 1.757 a mais do que o registrado em Poconé, no Mato Grosso, que é a segunda cidade com mais incidência de queimadas, de acordo com o INPE.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, conforme informou o G1, alguns incêndios são criminosos, mas outros decorrem de condições climáticas da região.
Diante deste cenário, o Observatório Pantanal, que reúne 37 instituições dos três países do Pantanal vem elaborando uma campanha de prevenção e combate às queimadas na região.
“Apoiaremos de duas formas: conscientizando a população dos perigos desta prática e fomentando a criação de brigadas comunitárias no Pantanal através de mapeamento de atores e doação de equipamentos de combate ao fogo”, afirma Paula Isla, analista de conservação do WWF-Brasil, membro Observatório Pantanal.
Edição: Rodrigo Durão Coelho