Rio de Janeiro

DESINFORMAÇÃO

Quem são os deputados bolsonaristas do Rio ligados a rede fake news pelo Facebook?

Os parlamentares Alana Passos (PSL-RJ) e Anderson Moraes (PSL-RJ) são estreantes na Assembleia Legislativa do Rio

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos, do PSL do Rio; parlamentares foram alvo de ação de combate à difusão de fake news pelo Facebook - Reprodução Instagram

A deputada estadual Alana Passos (PSL-RJ) teve o nome envolvido na ação do Facebook que removeu contas e páginas falsas ligadas ao "gabinete do ódio" da família Bolsonaro na última quarta-feira (8). A parlamentar, nascida em Queimados, na Baixada Fluminense, atuou como sargento do Exército Brasileiro por 11 anos, é a única representante feminina do Partido Social Liberal (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e foi a terceira mais votada nas eleições de 2018, acumulando um total de 106.253 votos.

Denúncia de junho feita pela TV Globo mostra que a parlamentar nomeou a sua empregada doméstica, Fabiana da Silva, para o cargo de assessora parlamentar. Porém, segundo a funcionária, que trabalha para Alana desde dezembro de 2019, ela só foi para a Alerj uma única vez para resolver os trâmites do cargo e, posteriormente, permaneceu trabalhando na residência de Alana. A deputada alegou que possui um gabinete em casa, não tem empregada doméstica e que Fabiana é sua assessora. 

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O imbróglio envolvendo parlamentares do PSL do Rio de Janeiro e a gigante do Vale do Silício não pararam em Alana e seus assessores. O Facebook identificou também a participação de funcionários do gabinete do deputado estadual Anderson Moraes (PSL-RJ) no esquema de difusão de desinformação pelas redes sociais. Com uma votação menos expressiva do que a sua correligionária, 40.540 votos, o empresário é também estreante na Alerj e demostra proximidade não só ideológica, mas também afetiva com o clã Bolsonaro.

De acordo com reportagem do G1, Moraes emprega em seu gabinete a primeira esposa de Jair Bolsonaro (sem partido), Rogéria Bolsonaro, mãe de Flavio, Eduardo e Carlos. Ela ocupa o cargo de “assistente parlamentar 4”, com um salário bruto superior a R$ 7 mil. Segundo a reportagem, além de Rogéria, o deputado tem como chefe de gabinete Ricardo Wilke. O policial civil foi preso em 2015 na Operação Adren, que investigava Wilke e outras 41 pessoas suspeitas de tráfico de drogas e roubo. Ricardo Wilke foi absolvido das acusações em 2017, mas o Ministério Público recorreu da decisão. O chefe de gabinete recebe um salário bruto superior a R$ 10 mil, segundo a Alerj.

Segundo o Facebook, as contas operavam desde as últimas eleições, em 2018. A ação da plataforma identificou e removeu 35 contas, 14 páginas e um grupo de 350 pessoas, além de 38 contas no Instagram. No esquema de difusão de desinformação pelas redes sociais envolvendo os nomes dos parlamentares do Rio, a empresa alegou “comportamento inautêntico e inadequado” para derrubar as contas. 

"Ainda que as pessoas por trás dessa atividade tentassem ocultar suas identidades e coordenação, nossa investigação encontrou ligações a pessoas associadas ao Partido Social Liberal (PSL) e a alguns dos funcionários nos gabinetes de Anderson Moraes, Alana Passos, Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro", disse o comunicado da rede social.

O que dizem os parlamentares?

Alana, que se intitula a "01 de Bolsonaro" em seu site oficial, disse que não foi notificada pelo Facebook sobre irregularidade ou violação de regras e que suas contas são verificadas e usadas para divulgar sua atuação parlamentar e posições políticas. A deputada destacou que não responde por perfis de pessoas que trabalharam em seu gabinete e que nenhum funcionário atual teve a rede bloqueada por irregularidade. 

Já Anderson Moraes, que em sua apresentação no site da Alerj destaca ser “líder do movimento Ideologia Brasil” e “sem experiência da velha política”, disse que seu perfil é verificado e não sofreu bloqueio ou qualquer aviso de ter violado qualquer regra da rede. Segundo o parlamentar, a conta de uma pessoa que trabalha no gabinete foi removida. De acordo com o deputado, a remoção da conta foi “absurda e arbitrária”, porque o funcionário postava de acordo com a sua ideologia e aquilo que acreditava.

Edição: Jaqueline Deister