O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quarta-feira (08) que as provas presenciais do Enem 2020 serão realizadas nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 e as digitais, em 31 de janeiro e 7 de fevereiro do ano que vem. Os resultados devem ser anunciados em 29 de março.
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Sem ministro titular da pasta desde o afastamento de Abraham Weintraub, o anúncio foi feito pelo secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel e pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes.
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As novas datas não batem com o período considerado ideal pela maioria dos participantes de uma pesquisa online, colocada no ar pelo governo. Pelo resultado da consulta, a maior parte do estudantes preferia realizar o exame em maio de 2021.
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De acordo com o MEC e o Inep, a decisão de aplicar as provas em janeiro foi acordada com as secretarias estaduais de educação e as universidades, levando em consideração o calendário acadêmico das instituições de ensino superior. A pasta alega que a realização das provas em maio causaria atrasos no próximo ano letivo e nos cronogramas do ProUni e do Fies.
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Antonio Paulo Vogel admitiu que alguns estudantes terão dificuldades, por causa do período sem aulas presenciais. "Nós sabemos das dificuldades. Estamos em uma situação excepcional. Mas precisávamos tomar uma decisão para estabilizar as expectativas na sociedade e entendemos, junto com secretários, que o mês de janeiro seria o melhor. Agora, sem dúvida, não apenas na rede pública, mas também na rede privada também temos dificuldades em vários aspectos."
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O exame estava previsto para ser aplicado em novembro deste ano, mas foi adiado depois de muita pressão da comunidade acadêmica. Houve questionamentos na Justiça e o Senado aprovou um projeto modificando a data.
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Abraham Weintraub era contrário ao adiamento, mas voltou atrás após a enxurrada de questionamentos e chegou a afirmar que o resultado da consulta seria respeito. Nesta quarta-feira, no entanto, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que a "enquete não seria o único parâmetro para a definição das datas."
Entidades reagem
Ainda durante o anúncio sobre as novas datas, transmitido pela internet, estudantes demonstravam descontentamento com a escolha. Em diversos comentários nas redes sociais a efetividade da consulta online foi questionada. Logo após a divulgação, a reação veio também das instituições que representam os alunos.
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União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e Associação Nacional dos Pós-graduandos (ANPG) soltaram nota em que criticam a decisão. Segundo o texto, a realização da enquete online já esbarrava na exclusão digital e não permitia a participação de todos (leia a íntegra aqui).
"Questionamos a enquete realizada com datas sem critérios e a falta de soluções, por parte do governo, para as dificuldades apresentadas. Agora, a data escolhida pelos poucos estudantes que conseguiram votar não foi levada em conta. A escolha feita pelo Ministério da Educação demonstra que não existe um diálogo verdadeiramente democrático com os estudantes, profissionais da educação e saúde."
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O documento exige a retomada das discussões sobre o novo cronograma. "Vamos continuar lutando, além de recorrer por todos meios cabíveis, para que haja a formação de uma Comissão de Crise para discussão das novas datas, que envolva não só Reitores e Secretários de Educação, mas também representação de estudantes, professores e outros especialistas em educação e em saúde."
Edição: Rodrigo Durão Coelho