Entregadores das plataformas de delivery programam uma nova paralisação nacional para o dia 25 de julho. A ação em defesa de melhores condições de trabalho dará continuidade ao movimento conhecido como Breque dos Apps, que aconteceu pela primeira vez em 1º de julho e reuniu milhares de trabalhadores em diversas capitais do país.
Entre as demandas que seguem como pautas prioritárias da greve, estão uma remuneração mais justa por meio do estabelecimento de uma taxa mínima por corrida maior do que a atual, assim como um pagamento justo e padronizado entre as plataformas por quilometragem percorrida.
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A suspensão imediata de bloqueios sem justificativa, que segundo os organizadores da greve são realizados frequentemente pelas empresas como Rappi, Ifood, Loggi e UberEats, também é uma das principais demandas.
Diferente da primeira paralisação, que aconteceu durante a semana, a nova greve acontecerá em um sábado. Além das pautas citadas, os trabalhadores informais também reivindicam o fim do esquema de pontuação, que diminui a nota de quem recusa entregas, e ações mais efetivas durante a pandemia da covid-19, com reposição contínua de máscaras e álcool em gel.
Anteriormente, os entregadores haviam escolhido o 12 de julho como nova data para a paralisação, mas, após atos políticos serem marcados para o mesmo dia, decidiram por adiar a greve para 25 de julho. A categoria reforça que o único foco da mobilização é garantir melhores condições de trabalho.
Informalidade em alta
Em meio à crise socioeconômica aprofundada pelo coronavírus, muitos trabalhadores informais buscaram a entrega por meio dos apps para tentar garantir alguma fonte de renda. O serviço foi considerado uma atividade essencial durante a quarentena.
Segundo informações enviadas à reportagem pela Rappi, a plataforma tinha cerca de 200 mil entregadores cadastrados na América Latina até março. Entretanto, com o início da pandemia, houve um aumento de 111% nesse número. O iFood, por sua vez, informa ter recebido mais de 175 mil pedidos de cadastro em março deste ano. Em fevereiro, eram 85 mil.
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Apesar do aumento expressivo dos trabalhadores e consequente maior oferta da força de trabalho, as taxas não foram alteradas, comprometendo diretamente a renda dos entregadores.
Uma estudo recente feito pela Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) da Unicamp evidenciou que entre entregadores entrevistados, 60,3% relataram queda na remuneração pré-pandemia.
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Outros 27,6% disseram que a renda se manteve e apenas 10,3% disseram que estão ganhando mais dinheiro. A pesquisa ouviu 252 pessoas de 26 cidades entre os dias 13 e 20 de abril por meio de um questionário online
Edição: Rodrigo Durão Coelho