América do Sul

Vice-presidente do Equador renuncia e prolonga crise política em governo de Moreno

Em discurso de despedida, Sonnenholzner sinaliza que deve disputar a próxima eleição presidencial

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Otto Sonnenholzner ficou 574 dias no cargo de vice-presidente do Equador - Foto: Patrick Baz / AFP-Services

Otto Sonnenholzner renunciou ao cargo de vice-presidente do Equador, na manhã desta terça-feira (7). A medida intensifica a instabilidade política do governo de Lenin Moreno, faltando menos de um ano para as eleições presidenciais, marcadas para fevereiro de 2021.

Em seu discurso de renuncia, Sonnenholzner, que é economista, sinalizou que deve ser uma opção nas urnas equatorianas. “O Equador enfrentará uma das eleições mais relevantes de sua história. Por isso, hoje, o melhor serviço que podemos prestar ao nosso país é trabalhar na construção de um caminho nos leve para longe da desigualdade, da fome, do desemprego e da corrupção."

Em outro trecho de seu discurso, Sonnenholzner volta a flertar com a propaganda eleitoral. “Não me sinto e nunca me senti um político. Porém, sei que nosso mundo mudou. Nessa nova realidade, necessitamos de novas formas de fazer política. O Equador necessita de novas soluções para afrontar os problemas. Por isso, hoje, que o Equador está em uma situação mais estável, posso finalmente tomar essa decisão”, anunciou.

Sonnenholzner ficou 574 dias no poder e foi o terceiro vice-presidente de Lenin Moreno, que segue isolado no Palácio do Carondolet, em Quito, durante o período da pandemia do coronavírus. Antes de Sonnenholzner, Jorge Glas e Maria Alejandra Vicuña ocuparam a vice-presidência. Glas perdeu o cargo após se ausentar por mais de 90 dias - ele estava detido, acusado de corrupção. Já Vicuña renunciou após ser, também, acusada de desvio de dinheiro público.

Edição: Rodrigo Durão Coelho