#BrequeDosApps

Entregadores de apps do Rio e região metropolitana se unem à paralisação nacional

Entre as reivindicações estão os aumentos da taxa mínima e do valor percorrido por quilômetro, além do fim dos bloqueios

Brasil de Fato | Niterói (RJ) |
Em Niterói, entregadores realizaram carreata pelos principais pontos de trabalho da cidade - Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

Na manhã desta quarta-feira (1), entregadores de aplicativos da cidade de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, realizaram um ato exigindo melhores condições de trabalho para atuar no serviço de delivery.

A paralisação "Greve dos apps” ou “Breque dos apps”, como ficou conhecida nas redes sociais, é de caráter nacional e entre as principais reivindicações estão os aumentos da taxa mínima e do valor percorrido por quilômetro, além do fim dos bloqueios indevidos. 

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Rodrigo Santana, mais conhecido como Bebezão, atua como motoboy há nove anos. De acordo com ele, entre as reivindicações dos entregadores está também o seguro, uma vez que em casos de acidente ou roubo da mercadoria, a responsabilidade recai sobre o entregador. 

“Eu acho que as empresas deveriam se preocupar mais com a gente também com os valores e seguro. Eu trabalho com a Loggi que faz transporte de mercadoria de valor, às vezes fazemos uma rota com R$ 25 mil em mercadoria no baú e não temos nenhum tipo de seguro”, conta.

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Um outro problema recorrente também para os trabalhadores do serviço de delivery por aplicativo é a precária condição de trabalho: eles não possuem um ponto de apoio com banheiro, recarga de celular e bebedouro. Mumuzinho mora em Niterói, mas trabalha no Rio de Janeiro, pois os valores para entrega na capital são melhores. Ele já teve o pedido de usar o banheiro negado dentro de um estabelecimento que atendeu.


Entregadores de aplicativos se manifestam durante a greve nacional em Niterói (RJ) / Jaqueline Deister

“Em Ipanema, há dois meses, tive o pedido de ir ao banheiro negado. Se a gente urina na rua, as autoridades nos prendem. Ando com uma garrafa dentro do meu baú, se não tiver como ir ao banheiro, eu uso a garrafa. Fica muito difícil”, desabafa. 

Em Niterói, o ato começou às 9h da manhã, próximo à Estação das Barcas, no centro da cidade. Por volta das 11h, os entregadores saíram em carreata e pararam nos principais pontos de trabalho no município. A saída do estacionamento do Plaza Shopping no centro, o Mc’ Donalds e o restaurante Outback, ambos em Icaraí, foram locais de protesto dos manifestantes. 

Na capital

Os entregadores também se mobilizaram na cidade do Rio. A concentração do ato ocorreu na Igreja da Candelária, no centro. O grupo realizou uma manifestação simbólica em frente ao Ministério do Trabalho e depois seguiu para  a Zona Sul, parando nos bairros de Botafogo e Jardim Botânico.

Por meio de nota divulgada à imprensa, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa empresas do serviço de delivery por aplicativo, informou que "desde o início da pandemia, diversas ações de apoio aos entregadores parceiros, tais como a distribuição gratuita ou reembolso pela compra de materiais de higiene e limpeza, como máscara, álcool em gel e desinfetante, e a criação de fundos para o pagamento de auxílio financeiro para parceiros diagnosticados com covid-19 ou em grupos de risco foram implementadas".

Além disso, segundo a nota, os entregadores parceiros cadastrados nas plataformas estão cobertos por seguro contra acidentes pessoais durante as entregas.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Leandro Melito e Mariana Pitasse